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Nasci no Recife, capital de Pernambuco, um dos 26 Estados do Brasil. Sou jornalista diplomada, amante da vida e de tudo que é positivo, verdadeiro e autêntico. Deixei as águas do Capibaribe, o mais famoso rio que banha o Recife. Atravessei o Oceano Atlântico e desaguei no rio Tejo, que acalenta Lisboa. E para aproximar esses dois lugares tão distantes mas com fortes ligações históricas e culturais, dei início a construção desta "ponte" Pernambuco-Portugal.

terça-feira, 29 de março de 2011

Vicente Yáñez Pinzón e a descoberta oficial do Brasil

Por Maria do Céu Carvalho Dias*

O descobrimento oficial do Brasil, Terra de Vera Cruz, foi realizado por Pedro Álvares Cabral em Abril de 1500. Muito se tem dissertado acerca da casualidade ou da intencionalidade desta descoberta (1) e muito se vai continuar a pesquisar e a escrever, porque os documentos existentes não são considerados suficientes, para tirar conclusões definitivas, pela maioria dos historiadores portugueses e brasileiros.

Cristóvão Colombo apresentou os seus serviços ao rei português D. João II para descobrir o caminho marítimo para a Índia por Ocidente, mas o rei não aceitou por ter conhecimento do erro científico da proposta e então o marinheiro foi oferecer os seus préstimos aos reis da futura Espanha que o receberam de braços abertos, devido à concorrência entre Portugal e Espanha. Em 1492 chega à América Central, mas julga ter chegado a Cipango (Japão), do outro lado do mundo. Logo D. João II se apressa a negociar com os Reis Católicos o Tratado de Tordesilhas, que só assina (1494), quando é aceite que o meridiano divisório do mundo passe a 370 léguas a ocidente de Cabo Verde, ficando para Portugal os territórios a oriente, ou seja, na opinião de alguns, quando o hemisfério português incluísse parte do futuro Brasil, talvez já conhecido pelo Rei. É que à concorrência com Castela (Espanha) referida acima, se pode acrescentar uma política de sigilo em relação aos descobrimentos que impede ou dificulta o estudo do assunto, porque muitas “novas” (notícias) não eram escritas e só se dava relevo ao considerado importante e definitivo.

Os historiadores sabem que foram realizadas muitas viagens para ocidente antes de 1500, a maioria para o litoral da América do Norte, mas para o Sul do Equador as dúvidas acumulam-se, porque descrições e mapas são insuficientes quanto à localização das costas referidas. Congratulo-me com as pesquisas que vão sendo feitas, tanto mais que é um assunto importante, mas bastante específico e cheio de lacunas. Partindo deste pressuposto falar-vos-ei de outros marinheiros que são nomeados como tendo chegado às costas do Brasil antes do descobrimento oficial de Pedro Álvares Cabral:
- o português Duarte Pacheco Pereira no seu Esmeraldo de Situ Orbis diz ter feito uma viagem por ordem de D. Manuel em 1498 e refere: “é achada uma grande terra firme, e com muitas e grandes ilhas adjacentes.” Os estudiosos não se entendem quanto a este local ser o Brasil, ou Florida, ou até Gronelândia, ou mesmo se Duarte Pacheco Pereira se referia a uma viagem sua ou a outra.
- o castelhano Alonso de Hojeda é outro nome referido como precursor de Cabral, mas segundo o especialista Luís de Albuquerque, se ele atingiu o nordeste brasileiro foi muito a norte das terras de chegada de Cabral e não lhe deu relevo, talvez por pensar que Colombo já teria andado por aquelas paragens.
- o andaluz (2) Vicente Yáñez Pinzón (1462-1514) participou na 1ª viagem de Cristóvão Colombo às Américas. Mais tarde comanda nova expedição ao continente recém-conhecido acompanhado em parte do percurso por Diego de Lepe e poderá ter alcançado, em Janeiro de 1500, a costa brasileira e avistado um promontório ao qual deu o nome de Santa Maria da Consolação, achando uns que é o cabo de Santo Agostinho (sul de Pernambuco) e outros a ponta de Mucuripe (Fortaleza). Na altura estes marinheiros poderão mesmo ter entrado pela foz do Rio Amazonas e até capturado dezenas de naturais da região. Esta viagem é desvalorizada por alguns que consideram que foram viagens breves, casuais ou não, e que não influenciaram a cultura e a história do Brasil, tanto mais que estes territórios segundo o Tratado de Tordesilhas já estavam integrados na parte portuguesa. Para o historiador Damião Peres há muitas “razões para crer que nem sequer chegou à foz do Amazonas”, quanto mais percorrer 600 léguas a Este do golfo da Paria no norte da América do Sul.

Concluo, já que não sou especialista de nada, nem dos Descobrimentos portugueses e muito menos dos Descobrimentos espanhóis, com uma transcrição, aquando das Comemorações do 5º Centenário da descoberta oficial do Brasil por Pedro Álvares Cabral: “Na sua mesa redonda o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, sendo presidente o professor Pedro Calmon, envia uma nota dizendo que a viagem de Pinzón pertence ao ciclo da América do Sul, sem nenhum conhecimento do que existia na costa leste. O mapa que regista o descobrimento feito por Pinzón não permite identificar o trecho por ele navegado até perto do Cabo São Vicente. Admite-se que Pinzón tenha avistado além do estuário do Amazonas ou Mar Dulce, amplo trato da costa, porém se ignora se desembarcou nem se sabe que lugar tenha arribado. Por outro lado, o Brasil começou em 1500, como se deve ensinar nas escolas….” E mais não posso dizer; todavia desejo que a pesquisa continue e que se consigam provar as hipóteses levantadas por especialistas no assunto.

Fontes: 1) Ver neste blogue a Avenida Álvares Cabral. 2) Ver neste blogue Regata Vicente Pinzón movimenta águas do litoral sul. Albuquerque, Luís de, Os Descobrimentos Portugueses. Enciclopédia Verbo Edição Século XXI. História de Portugal, dir. José Hermano Saraiva. Portal Delta – a informação que faltava (24 de Março 2011).

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

4 comentários:

  1. Adoro seu blog prima, muito informativo e inteligente como vc. Bjos Marcela

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  2. Prima querida,
    Que bom ter você por aqui. Bjs

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  3. Vamos ficar com Pedro Álvares Cabral mesmo. Já pensaram que reviravolta seria nas aulas de história? Brunno Pires

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  4. Antes de explanar sobre colonização, precisamos ter em mente de que outras civilizações planetárias “exploradores espaciais” tornaram este planeta uma colônia controlada por entidades não humanas, levando em conta que o universo é muito mais antigo do que este singelo ponto azul chamado terra, situado na periferia da galáxia da periferia do universo.

    Basta estudar as civilizações remotas e a arqueologia proibida pela elite maçônica para encontrar toda a verdade.

    Ninguém descobriu o Brasil porque já haviam os índios, seres humanos e o povo nativo brasileiro. Estou farto de ver a história do Brasil sendo manipulada há 500 anos, escrita apenas a partir da ótica de um colonizador luzitano.

    Antes mesmo da existência da maçonaria templária portuguesa e do seu Grão Mestre Dom Pedro I, na Amazônia haviam povos e culturas como a dos Marajoaras que deram origem a toda civilização Meso-Americana (Incas, Maias, Astecas, etc).

    No Brasil estão sendo encontrados em várias cidades petróglifos e pictogramas nas paredes internas e externas de cavernas criados por populações neolíticas, demonstrando uma cultura pré-histórica na região, como um esqueleto de homo-sapiens encontrado no Piauí, que data de 12.000 anos.

    Como explicar os restos de fogueiras encontrados na Amazônia que remontam a 60.000 anos?

    No sertão da Bahia há diversas evidências arqueológicas comprovando que os fenícios estiveram neste continente antes do que qualquer outro navegador. E também para desmascarar a fraude e a alienação do "descobrimento do Brasil" existem relatos dos navegadores Duarte Pacheco Pereira, Alonso de Hojeda, Diego de Lepe, Vicente Pinzón como precursores de Cabral.

    Vale lembrar também que o mapa mundi está invertido, de cabeça para baixo por causa da geo-política europeia imposta pelos colonizadores desde os séculos passados.

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