A editora

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Nasci no Recife, capital de Pernambuco, um dos 26 Estados do Brasil. Sou jornalista diplomada, amante da vida e de tudo que é positivo, verdadeiro e autêntico. Deixei as águas do Capibaribe, o mais famoso rio que banha o Recife. Atravessei o Oceano Atlântico e desaguei no rio Tejo, que acalenta Lisboa. E para aproximar esses dois lugares tão distantes mas com fortes ligações históricas e culturais, dei início a construção desta "ponte" Pernambuco-Portugal.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Portugal sem rei



Na próxima quarta-feira (4) será realizado o lançamento do livro O Reino sem Corte – A vida em Portugal com a Corte no Brasil, na sala Dom Carlos do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, às 18h30. A obra  traz textos de 15 autores e tem  coordenação de Ana Leal de Faria e Maria Adelina Amorim.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Jornal do Grande Recife na internet

O Jornal do Grande Recife, dos meus queridos amigos Eudes Pereira, José Américo e Daniela Morais, está de volta à internet, desta vez na forma de um blog. Seu conteúdo será atualizado diariamente com as principais  notícias da Região Metropolitana do Recife. 

Para acessar o Jornal do Grande Recife, basta clicar no endereço abaixo:

Caipirinha no Festival dos Cravos de Abril


Nesta sexta-feira (29) e no sábado (30) acontece o tradicional Arraial do 25 de Abril no Miradouro São Pedro de Alcântara, em Lisboa, a partir das 19h, com a participação de várias Associações.

A Casa do Brasil de Lisboa participa da festa com uma barraca para venda de caipirinha e de doces e salgados brasileiros.  Quem vai perder?

Shows de jazz, blues e samba de raiz no Bairro do Recife

O Bairro do Recife vai ganhar mais vida e alegria nos finais de semana. Com iniciativa da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo, a programação é gratuita, de sexta a domingo, e tem início amanhã, 29 de abril.

Shows locais e nacionais vão movimentar a Praça do Arsenal da Marinha com palco voltado para a Rua do Bom Jesus. O projeto vai se estender por todo o ano, sendo interrompido apenas no período de São João e no mês de julho. Às sextas-feiras, haverá a noite de Jazz e Blues, aos sábados, é a vez do samba de raiz e no domingo, atrações para o público infantil, além da já tradicional Feirinha do Bom Jesus, que passará por um novo ordenamento e capacitação dos profissionais.

Programação de abertura:
29/04
18h30 Show itinerante no estilo Mardi Gras (tradicional de New Orleans)
20h Up Town Band
21h Tony Gordon e Banda (SP)

30/04
18h Jaqueline Carvalho
20h Ataulpho Alves Jr. (RJ)
21h Sombrinha (RJ)

01/05
15h programação infantil – oficinas de arte, recreação, espetáculos de dança e de teatro
16h Feirinha Domingo na Rua

Oficinas de mágica para crianças na Praça do Arsenal

Fotografia: Divulgação
O Bairro do Recife vai ser só diversão para todas as idades aos domingos. No próximo (1), a partir das 16, acontece o Bairro da Criança cujo mote é a “Magia do Circo”, na Praça do Arsenal. O projeto integra o Virada Cultural Recife Antigo, que tem o apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo. A programação dominical, assinada pela Cia Fátima Freitas, terá oficinas e um espetáculo com palhaços sapateadores e bailarinas.

Serão oferecidas oficinas gratuitas de mágica, dobraduras, desenho, pintura, acrobacias e cama elástica. Pernas de pau vão circular ao lado de malabaristas e ginastas. Para acompanhar, músicas do repertório de Saltimbancos.

No domingo seguinte (8), a programação será inspirada nos contos de fadas. Haverá oficinas e recreação infantil, teatro de bonecos, pinturas e muita alegria.

Bairro da Criança:
Domingo – dia 01/05
Magia do Circo

Domingo – dia 08/05
Contos de Fada

Domingo – dia 15
Magia do Circo

Domingo – dia 22
Contos de Fada

Fonte: Secretaria de Turismo do Recife

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Agência dos EUA visita o Recife

Profissionais da Yampu Tours, empresa com mais de dez anos especializada em pacotes turísticos exclusivos para a América Latina, visitaram Recife e Olinda no último de fim de semana.

Acompanhados pela equipe da Secretaria de Turismo do Recife, visitaram o Parque Dona Lindu, recém-inaugurado na orla de Boa Viagem, o Bairro do Recife, a Casa da Cultura e a Praça da República. A ação contou também com o apoio da Empetur.

A agência Yampu Tours tem escritórios nos Estados Unidos, em Nova York (sede), Londres e Lima (Peru).
Fonte: Secretaria de Turismo do Recife

FESTin 2011


De 26 de abril a 1º de maio acontece o 2º Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa - FESTin no Cinema São Jorge, em Lisboa.

Com entrada gratuita em todas as iniciativas, o programa do FESTin integra 78 produções dos oito países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Portugal, como país anfitrião, será o grande homenageado desta edição do festival.

O FESTin é uma iniciativa organizada pela Padrão Actual, em co-produção com a Fundação Luso-brasileira e o Cinema São Jorge.
Confira a programação completa do Festin em: http://festin-festival.com/

Do Capibaribe ao Tejo completa um ano

Hoje, 25 de abril de 2011, o blog Do Capibaribe ao Tejo completa um ano no ar. Neste período foram publicadas 444 mensagens positivas sobre Pernambuco e Portugal, lidas por visitantes e seguidores de 65 países.

Quero registrar meu agradecimento a todos que colaboraram para construção dessa ponte que liga minha terra natal (Pernambuco) à terra onde vivo hoje (Portugal) e que me deu muitas coisas boas.
Aos colaboradores, visitantes e seguidores, meu muito obrigada. Vamos juntos para mais um ano!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Rua Cecília Meireles – Lisboa




Por Maria do Céu Carvalho Dias*

A Rua Cecília Meireles fica na freguesia 18 do nosso mapa (1) e recebeu o nome em 1964. S. Domingos de Benfica é uma freguesia que foi desanexada de outras no século XX e que tem um património muito variado: palácios, como o dos Marqueses de Fronteira, o do Conde de Farrobo, o do Beau-Séjour; a Igreja de S. Domingos de Benfica; Chafarizes do século XVIII que recebiam água do Aqueduto e o Bairro Grandela construído no princípio do século XX para alojar as famílias dos empregados dos Armazéns Grandela, já desaparecidos.

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901-1964) nasceu e morreu no Rio de Janeiro. Foi professora, poetisa, pintora, amante de música, sobretudo folclórica e jornalista. As suas raízes portuguesas, através da avó materna açoriana, que a educou, do avô paterno e do primeiro marido são de registar. Teve um 1º casamento com o artista plástico português Fernando Correia Dias do qual nasceram 3 filhas. Depois da morte do marido casou com o engenheiro Heitor Vinicius da Silveira Grilo. Começou muito cedo a escrever poesia, tendo publicado aos dezoito anos o seu primeiro livro – Espectro. A poesia de Cecília Meireles, embora modernista apresenta características específicas que a tornam atemporal. O seu interesse pela área educativa levou-a a fundar uma das primeiras bibliotecas infantis do Brasil, bem como a escrever poesia infantil, com uma musicalidade impressionante, como podemos sentir em O Cavalinho Branco: “ À tarde o cavalinho branco/ está muito cansado/ mas há um pedacinho do campo/ onde é sempre feriado/ O cavalo sacode a crina/ loura e comprida/ e nas verdes ervas atira/ sua branca vida/ Seu relincho estremece as raízes/ e ele ensina aos ventos/ a alegria de sentir livres seus movimentos/ Trabalhou todo o dia, tanto! / desde a madrugada! / Descansa entre as flores, cavalinho branco/ de crina dourada!”. Visitou muitos países da Europa e da Ásia e viveu nos Estados Unidos, onde ensinou Literatura luso-brasileira. Com o marido Fernando Correia Dias que estudara na Universidade de Coimbra, esteve algum tempo em Portugal (1934). Aqui fez conferências em Lisboa e Coimbra. Foi apresentada aos intelectuais e artistas da época, Almada Negreiros e Manuel Mendes, entre outros. Embora não tenha conhecido Fernando Pessoa foi-lhe oferecida a “Mensagem” autografada.

A propósito da origem açoriana dos antepassados de Cecília Meireles, decidi escrever umas linhas sobre o Arquipélago dos Açores e a emigração insular. Estas ilhas plantadas no Oceano Atlântico a umas duas horas de avião do continente europeu e no tempo dos Descobrimentos na rota das caravelas, começaram a ser colonizadas pelos portugueses, que as encontraram desertas, na 1ª metade do século XV. Todavia a emigração, que sempre foi um flagelo de Portugal, começou cedo, quando a quebra de produção de cereais, vinho ou pecuária era mais profunda. O século XVII, mas especialmente o XVIII foram períodos em que o Brasil era chamariz para o açoriano que desejava melhores condições de vida. O século XIX e parte do XX também levaram muitos ilhéus para o Brasil, desta vez mais para o Rio de Janeiro e S. Paulo. É curioso que sobretudo nos estados de Rio Grande do Sul e no de Santa Catarina a influência linguística seja considerável e segundo o licenciado açoriano Cristóvão de Aguiar “reflecte de maneira acentuada o contacto entre dois povos. Certas formas típicas do falar brasileiro como o emprego do gerúndio (estou comendo, estou dormindo), o t pronunciado th (quintha, ditho) e outras, não são mais do que a transposição para o Brasil do português insular. Em abono do que se acaba de afirmar, está o facto de que o emigrante açoriano, uma vez embarcado, muito raramente regressa, excluindo-se, portanto, a hipótese de uma influência de retornados luso-brasileiros sobre o português insular”. (2) Fiquei admirada com o que acabei de escrever, porque nunca tinha ouvido ou lido que houvesse influência linguística do açoriano sobre o brasileiro, mas a investigação é isto mesmo. Espero ter-vos conseguido transmitir que Cecília Meireles é uma grande mulher.

Fontes: 1) Ver neste blogue As freguesias de Lisboa. 2) Aguiar, Cristóvão de, Alguns dados sobre a Emigração Açoriana, Vértice. Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, Edição Século XXI. http://pt.wikipedia/ .

* Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

quarta-feira, 20 de abril de 2011

As flores da cerejeira


Fotografia: Miguel Nuno de Carvalho Dias
 
A cerejeira é originária da Ásia. Dá frutos deliciosos e boa madeira. Desenvolve-se em regiões frias e chuvosas.  Em Portugal a grande produtora de cerejas é a Cova da Beira (concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte).

Grupo Enotel contrata assessoria de imprensa pernambucana‏

Fotografia: Henrique Santos
 
O Grupo Enotel, do empresário português Estêvão Neves, acaba de fechar parceria com a Naide Nóbrega Comunicação, empresa brasileira - pernambucana - voltada à assessoria de comunicação empresarial.

A partir de agora, a jornalista Naide Nóbrega fica integralmente responsável por repassar à imprensa notícias, informações e esclarecimentos relativos ao Grupo Enotel, não apenas no Brasil, mas em outros países, a exemplo de Portugal, onde o empresário possui luxuosos empreendimentos, com destaque para o Enotel Lido Madeira Conference Resort & Spa, cinco estrelas localizado na privilegiada zona do Lido, ao sul da Ilha da Madeira.

Estêvão Neves consolidou sua imagem e credibilidade nos mercados hoteleiros do Brasil e de Portugal, através de fortes investimentos e contínuas inovações. No Brasil, um dos destaques do Grupo é o Enotel Resort & SPA Porto de Galinhas, único estabelecimento all inclusive do badalado balneário pernambucano. Neste momento, o Grupo desenvolve projetos de expansão para os próximos cinco anos, que inclui ampliação do Centro de Convenções do Enotel Resort & SPA Porto de Galinhas e inauguração de mais um resort no local.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Queridinha

Maria Gadú é a nova sensação das rádios portuguesas. Será a atração principal no encerramento da 5ª edição Festival Delta Tejo, no dia 3 de julho, em Lisboa. De lá, vai para show no Porto, No próximo mês, ela lança o DVD da turnê feita ano passado ao lado de Caetano Veloso.
 
Da coluna João Alberto/Jornal Diário de Pernambuco.

O Bacalhau na Páscoa Brasileira



Por Maria do Céu Carvalho Dias*

Soube agora, através duma comentadora deste blogue, que é habitual na Páscoa o bacalhau ser cozinhado e ir à mesa dos brasileiros. Por outro lado é costume neste dia os portugueses cozinharem carneiro ou cabrito no forno, deixando o bacalhau para a Noite de Natal e para muitos outros dias do ano.

Correspondendo a um pedido, deixo-vos algumas receitas de bacalhau em postas para saborearem no Domingo de Páscoa. Dizem haver milhares de receitas, o que torna difícil a escolha. Optei por uma receita da minha sogra, outra da minha Mãe e ainda uma típica de Entre Douro e Minho (1), embora se encontre em restaurantes espalhados por todo o Portugal. Todas são deliciosas. Primeiro vá às compras, pois precisa de várias postas de bacalhau demolhado, ou a demolhar em casa, muito azeite, batatas, cebolas, pão ralado, alho em pó, alhos, coentros ou salsa, grão-de-bico, limão, leite e ovos, consoante a receita. Se gostar, compre uma garrafa de vinho tinto ou branco (gelado no frigorífico) para acompanhar o bacalhau.

Bacalhau no forno à moda da minha sogra - Prepare uma assadeira ou um pirex de ir ao forno, onde coloca um fio de azeite a cobrir o fundo; em seguida põe uma camada de batatas às rodelas, depois grandes lascas de bacalhau e por cima rodelas de cebola; por esta ordem vai sobrepondo as camadas, consoante os convivas à mesa e o tamanho do recipiente, até à última, que deve ser de batatas. Deita então bastante azeite, o suficiente para assar o bacalhau que vai colocar no forno durante mais de uma hora até estar cozinhado. Sente-se à mesa com a família e aprecie este manjar.

Bacalhau no forno à moda da minha Mãe – Primeiro tire a pele e tente tirar as espinhas às postas de bacalhau e em seguida coloque-as direitinhas num recipiente de ir ao forno depois de ter o fundo coberto de azeite; por cima das postas ponha pão ralado, alho em pó e bastante azeite; leve ao forno e de vez em quando, com uma colher, coloque azeite da assadeira sobre o bacalhau. Passado uma hora e pouco está pronto. Ao mesmo tempo que o bacalhau assa, coza batatas e grão demolhado de véspera. Se preferir compre o grão de frasco ou lata já cozido. Antes de levar para a mesa junte ao bacalhau, que ainda deve ter azeite, as batatas e o grão. Também pode picar cebola, alho e coentros ou salsa para polvilhar por cima do bacalhau, batatas e grão. Está na hora de saborear.

Bacalhau à lagareiro, que deve o seu nome ao facto de inicialmente ser cozinhado em fornos de lenha, nos lagares de azeite, quando se moía a azeitona. Imaginem que nesse tempo espetavam em arames as batatas e cebolas com casca e eram assadas penduradas dentro do forno. Mas vamos à receita: Cobrem-se as postas de bacalhau com leite, alho, pimenta e sumo de limão durante uma ou duas horas. Depois escorrem-se e passam-se pelos ovos batidos e pão ralado como se fossem filetes. Vão-se dispondo num recipiente de ir ao forno, coloca-se azeite (não cobrir o bacalhau) e algum leite onde o bacalhau marinou. Está preparado para entrar no forno. De vez em quando deve abrir a porta para ir regando o cozinhado com o molho. Quando estiver bem loirinho apague o forno e retire o tabuleiro. Entretanto coza batatas e, se quiser, faça uma salada. Chame a família e sente-se à mesa para se deleitar com este prato. Espero que gostem destas receitas de bacalhau às postas, o fiel amigo dos portugueses.

Fontes – 1) ver neste blogue o dia 3 de Novembro de 2010. Modesto, Maria de Lourdes, Cozinha Tradicional Portuguesa.

* Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

domingo, 17 de abril de 2011

Tendências das Migrações no Brasil

 
Nesta segunda-feira (18) será realizado o workshop "Novas Tendências das Migrações no Brasil: Retorno e Políticas Migratórias”, no ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), às 14h.

O evento, organizado pela Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania (ALCC), contará com a participação de Beatriz Padilla (CIES/ISCTE-IUL), Nilzete Pacheco (Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania), Renan Paes Barreto (Cônsul Geral do Brasil em Lisboa), Duval Fernandes (PUC Minas), João Peixoto (SOCIUS/ISEG-UTL) e Carolina Nunan (PUC Minas).
Entrada livre.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Avenida Almirante Gago Coutinho e Avenida Sacadura Cabral - Lisboa

Gago Coutinho e Sacadura Cabral

Por Maria do Céu Carvalho Dias*

Hoje escrevo sobre o Almirante Gago Coutinho e o Comandante Sacadura Cabral, que dão o nome a duas avenidas lisboetas, porque estas personalidades realizaram, em 1922, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro. A Avenida Almirante Gago Coutinho localiza-se, se nos reportarmos à nossa planta das Freguesias (1), nas freguesias números 17 e 19, sendo uma via bastante larga, que faz a ligação entre a Praça do Areeiro e a Rotunda do Aeroporto, conhecida de alguns dos leitores; era ladeada de vivendas, muitas agora abandonadas ou restauradas e apresenta uma belíssima zona verde, o Parque José Gomes Ferreira, também conhecido por Mata de Alvalade, onde se pode usufruir de locais para merendas, de um circuito de manutenção, de caminhos pedonais e de ciclovias e de um parque infantil; faz o escoamento de Lisboa pela auto-estrada do Norte, a A1. A avenida Sacadura Cabral fica na freguesia número 17, ligando uma zona importante e bonita da cidade, a Avenida de Roma, que nasceu em meados do século XX, e a Praça do Campo Pequeno, onde fica a bonita e centenária Praça de Touros lisboeta.

Quem são Gago Coutinho e Sacadura Cabral? Falemos primeiro de Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959) que seguiu o curso da Escola Naval, foi cartógrafo, geógrafo, geodesista, navegador aéreo e historiador dos Descobrimentos e das questões de orientação naútica e astronómica. A sua vida passa por quatro áreas entrelaçadas umas nas outras: primeiro a marinha, que o fez andar embarcado em territórios como Moçambique e Timor.
Contemporâneo dos interesses europeus pelas colónias em África e Ásia, é como geógrafo ultramarino ao serviço da Comissão de Cartografia que desenvolve trabalhos de delimitação de fronteiras e estabelecimento de vértices geodésicos em Timor, Angola, Congo, Niassa, Zambézia, S. Tomé e Príncipe. Em missão na África Oriental conheceu Sacadura Cabral que o entusiasmará a interessar-se pela navegação aérea. Assim vamos vê-lo a desenvolver o sextante de bolha artificial, instrumento que procurava resolver as questões de orientação aérea e que vem a ser comercializado pela empresa alemã Plath. Gago Coutinho e Sacadura Cabral inventaram um “corrector de rumos Coutinho Sacadura” para resolver os problemas de desvio causados pelo vento. Com estes dois instrumentos na bagagem fazem viagens aéreas, entre elas, uma de Lisboa ao Funchal (1921) para testar aqueles instrumentos de orientação aérea. Como o ensaio geral correu bem, abalançam-se para a 1ª travessia aérea do Atlântico Sul, partindo de Lisboa no hidroavião Lusitânia, (2) em Março de 1922, e chegando ao Rio de Janeiro em Junho de 1922, a tempo de comemorar o 1º centenário da Independência do Brasil. Roteiro e peripécias da viagem: saíram de Belém, Lisboa, pararam nas Canárias, depois em Cabo Verde e em seguida Penedos de São Pedro e S. Paulo (arquipélago brasileiro de 13 Km, a 627Km da Ilha de Fernando Noronha), notando problemas de consumo de combustível, mas conseguindo seguir com rigor a rota que se tinham proposto, apoiados pelo sextante ou astrolábio de precisão. Só que ao amararem junto de Penedos, uma onda leva um dos flutuadores e o Lusitânia afocinha ficando com a cauda para fora. Como havia barcos a acompanhar, os dois homens salvam-se, embora o avião não possa continuar viagem. Recomeçam num outro Fairey 16, muito parecido com o Lusitânia que, azar dos azares, tem uma avaria no sistema de alimentação do motor, que os obriga a amarar de novo, antes da ilha de Fernando de Noronha, no meio do Oceano rodeados de tubarões, mas recolhidos por um navio inglês. É num novo Fairey que chegam, sãos e salvos e em glória, ao Rio de Janeiro. São recebidos apoteoticamente nesta cidade e em S. Paulo e no Recife, bem como em Portugal. Gago Coutinho e também Sacadura Cabral receberam variados louvores nacionais e estrangeiros pelo feito que praticaram. Em 1954 o Almirante é convidado pela TAP a fazer um voo experimental até ao Rio de Janeiro, mas só na década de sessenta serão estabelecidos voos regulares. Gago Coutinho dedicou a última etapa da vida a investigar e a publicar obras sobre História Naútica e navegação portuguesa. Morreu em 1959, velhinho de 90 anos.

Rota seguida de Lisboa ao Rio de Janeiro


Artur de Sacadura Freire Cabral (1881-1924) seguiu também a Escola Naval. Durante a 1ª Guerra Mundial serviu nas colónias portuguesas; mais tarde foi instrutor da Escola Militar de Aviação. Fez levantamentos hidrográficos em Moçambique, trabalhou como topógrafo, agrimensor, geógrafo e astrónomo. Conheceu e trabalhou com Gago Coutinho nas ex-colónias portuguesas e é ele que convence o Almirante a estudar e adaptar sistemas de orientação aérea à luz dos instrumentos usados pelos descobridores portugueses. Entretanto o Aero Clube de Portugal conseguiu que o governo abrisse um concurso para que oficiais da marinha e do exército fossem tirar o brevet de piloto aviador no estrangeiro. Sacadura Cabral esteve à roda de um ano em França onde estudou e praticou tudo o que se relacionava com aviões. Foi encarregado de organizar a aviação marítima em Portugal e como especialista foi ao estrangeiro escolher o material e o melhor avião para com Gago Coutinho realizar a viagem Lisboa - Rio de Janeiro. É que já tinham os instrumentos de orientação aérea e preparavam-se, como vimos, para o ensaio geral: a viagem Lisboa - Funchal. O resto da história já sabemos. É importante referir que um dos objectivos desta aventura era estabelecer ligações por via aérea com o Brasil, que, verdade se diga, não ficou muito entusiasmado. Só décadas mais tarde, nos anos sessenta, a TAP concretiza esta ideia. O seu espírito aventureiro, embora com pés bem assentes na terra, levou-o a propor uma viagem aérea de circum-navegação para a qual não arranjou subsídios. Pensou então numa viagem aérea à Índia, conseguindo por subscrição pública adquirir cinco aviões em Amesterdão. Em 1924, quando pilotava um deles em direcção a Portugal, desapareceu no Mar do Norte, nunca tendo sido encontrado o seu corpo. Paz à sua Alma! Louvor aos Heróis!

Fontes: 1) Ver As freguesias de Lisboa neste blogue. 2) O hidroavião Lusitânia encontra-se no Museu da Marinha em Lisboa. Dicionário Ilustrado da História de Portugal. http://museudarampa.blogspot.com/.  http://pt.wikipedia/ .
Veja neste blog os outros episódios da série Praças e Ruas de Lisboa:
- O Chiado:
- Avenida Álvares Cabral
- As freguesias de Lisboa:
- Belém - Lisboa. Do Museu da Electricidade até à Praça do Império:
- Belém – Lisboa. A Praça do Império:


* Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Estudantes holandeses participam de viagem de estudos no Recife

Estudantes holandeses da instituição de ensino superior InHolland participam da primeira viagem de estudos ao Brasil com parada nas cidades do Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

O grupo composto por 32 alunos desembarcou este fim de semana no Recife, primeira parada da visita, e vai percorrer diversos pontos turísticos do Estado com o apoio da Empetur, além de um passeio de catamarã no dia 19 de abril em parceria com a Prefeitura do Recife por meio da Secretaria de Turismo.

Ainda no Recife, os alunos devem visitar o Instituto Ricardo Brennand, o Conservatório Pernambucano de Música e a Sinagoga Kahal Zur Israel.

História, cultura e economia estão no foco dos estudantes da Expedição InBrasil 2011. O grupo terá aulas na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Fonte: Secretaria de Turismo do Recife

terça-feira, 12 de abril de 2011

Praça São José, em Abreu e Lima, Pernambuco


Fotografia: Eudes Pereira*

Em primeiro plano, o monumento aos generais Abreu e Lima e Simon Bolívar, que lutaram pela independência de países da América do Sul, como a Venezuela.

*Eudes Pereira é Diretor de Redação do Jornal Grande Recife

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Abreu e Lima para Abreu e Lima

Por José Nivaldo Junior*

O general Abreu e Lima foi, sem dúvida, um dos maiores personagens da História do Brasil. Embora não sendo o único, foi o primeiro e o mais destacado brasileiro a ter uma atuação internacionalista, aclamada em vários países da América do Sul, onde é tratado como herói.

Companheiro de Simon Bolívar, o Libertador, nas lutas pela Independência da América Latina, nunca teve, até hoje, em sua pátria, um reconhecimento à altura da sua importância, das suas idéias e do simbolismo do papel que representou.

Pelo contrário, sequer está enterrado em solo pátrio. Quando Abreu e Lima morreu, em 1869, o bispo de Pernambuco, D. Vital, não permitiu que fosse enterrado em cemitério cristão. Na época, Estado e Igreja se misturavam, de modo que uma ordem do bispo era uma ordem do governo. A solução foi enterrar o general no Cemitério dos Ingleses que, sendo anglicanos, tinham conquistado o direito de enterrar seus mortos em território diplomático, localizado no atual cruzamento das avenidas Norte e Cruz Cabugá, no Recife.

Registre-se que a perseguição e intolerância do bispo não era originada por sua atuação político/militar, nem mesmo por suas idéias socialistas e sim por defesa da liberdade religiosa e sua clara e notória adesão e defesa da maçonaria, na época vistas como inimiga pela igreja.

Proclamada a República, foi feita a separação Igreja/Estado, criando-se o estado laico, embora isso tenha ficado mais na teoria do que na prática. O mais absurdo é que o general continuou enterrado em território inglês. Quase inacreditável é que continue lá, até hoje. Depois de quase um século e meio, de várias anistias políticas concedidas no País, o general continua purgando sua pérfida condenação.

Esquecido também pelos livros de História do Brasil, o general teve sua imagem resgatada graças à posição firme de Hugo Chaves, que deu o que se chama de “chave de galão” nas autoridades brasileiras, e indicou o nome do herói para denominar a refinaria que se pretende construir em Suape. Registre-se que na Venezuela Abreu e Lima é reverenciado e imagino a dificuldade dos venezuelanos para entender o descaso com que é tratado em sua pátria.

Os ingleses foram generosos e humanos ao acolherem o herói que virou apátrida depois de morto. Concederam-lhe o exílio post-mortem que, como todo exílio, deve ser provisório. A remoção do general da sua morada atual não se configura uma descortesia com a Inglaterra, pelo contrário. É um ato de reconhecimento. E para o nosso Estado, em particular, trata-se de uma afirmação mínima de pernambucanidade.

E para onde deve ir o general???
Seu destino é natural, claro e evidente: o município que carrega o seu nome, onde deve ser colocado em panteão que faça homenagem não apenas a ele mas a todos os heróis que se doaram à causa da liberdade, do respeito, da integração dos povos.

*escritor e publicitário.
Abreu e Lima é o nome de um dos municípios da Região Metropolitana do Recife.
No dia 6 de abril foi o aniversário de nascimento do general Abreu e Lima. Este artigo foi publicado no jornal Grande Recife.

domingo, 10 de abril de 2011

Uma flor para vovó Palmira

Flor de maracujá /Fotografia: Carlos Bayma*
 
Maria Palmira Aguiar Peixoto de Carvalho Dias é a avó paterna do meu marido e, consequentemente, bisavó da minha filha Lara. Natural da Covilhã (Portugal), é uma mulher forte, decidida e elegantérrima do alto dos seus 95 anos.

Numa das vezes que fui ao Brasil, perguntei a vovó Palmira o que ela gostaria que eu trouxesse da terra de Vera Cruz, uma vez que nunca esteve lá. Educada como sempre, disse para eu não me preocupar com lembranças. Eu, insistente como sempre rsrs, perguntei então o que ela gostaria de conhecer do Brasil. Vovó Palmira disse que desejava ver a flor de um maracujá* que diziam ser muito bonita.

Infelizmente não consegui encontrar a tal flor que conheço muito bem pois na casa dos meus pais, em Igarassu (Pernambuco), havia um imenso maracujazeiro. Entretanto, Carlos Bayma, que além de competente médico é um ótimo fotógrafo, “colheu” por esses dias uma flor desse fruto tão apreciado. Não sei quando vovó Palmira vai ver essa bela fotografia pois ela viajou para sua terra natal, onde curte com meus sogros os belos dias de primavera.

Vovó Palmira, promessa é dívida e eu espero ainda este ano trazer do Brasil uma flor de maracujá embalada para presente. Encerro esta mensagem com suas palavras: um abraço bem apertado da arca do pão, da pipa do vinho e mais um beijinho.

*Para ver outras fotografias de Carlos Bayma, acesse a galeria do autor no site Olhares: http://olhares.aeiou.pt/carlosbayma .Visite também o informativo blog de Carlos Bayma (Diário de Saúde) http://diario-saude.blogspot.com  

**Maracujá (do tupi mara kuya, "fruto que se serve" ou "alimento na cuia")

sábado, 9 de abril de 2011

Sede da TV Globo Europa será em Lisboa

A sede europeia da emissora brasileira TV Globo será instalada na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, Portugal. 

O espaço terá um auditório para eventos, um estúdio de gravação para programas e entrevistas e um centro de escritórios, numa área total de 450 metros quadrados. A inauguração da TV Globo Europa está prevista para o final do primeiro semestre deste ano.

Lisboa na lista das dez cidades mais bonitas do mundo

Fotografia: Charles Lins*

Lisboa foi considerada pelo guia de viagens online http://www.ucityguides.com/  como uma das dez cidades mais bonitas do mundo. A calçada portuguesa, as fachadas e os tons da capital foram as características mais apreciadas.

As outras cidades que estão na lista do guia são Veneza, Paris, Praga, Rio de Janeiro, Amsterdã, Florença, Roma, Budapeste, Bruges.

* Charles Lins é pernambucano e mora em Genève, Suíça. Meu amigo de longa data, visitou Lisboa em janeiro deste ano.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tropa de Elite 2 em Portugal


O capitão Nascimento e sua tropa já desembarcaram  em Portugal. Nesta quarta-feira (6) está marcada a antestreia do filme brasileiro Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro, dirigido por José Padilha. A exibição só para convidados acontece às 21h30 nos  Cinemas Zon Lusomundo Colombo, em Lisboa. Eu ganhei convite duplo e vou correr contra o tempo para assistir.

Mundo Abreu

Sábado (9) e domingo (10) acontece a Feira de Viagens - Mundo Abreu no pavilhão 3 da FIL, Parque das Nações, em Lisboa. Nesta 9º edição o visitante vai poder conferir mais de 150 destinos nacionais e internacionais . A feira terá uma área exclusiva para reservas e uma zona dedicada às crianças, com muita cor, balões e pinturas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

As rosas não falam

Fotografia: Maria Isaura Cardoso*
 
 
“Queixo-me às rosas
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti”

Cartola


*Maria Isaura Cardoso é portuguesa e mora em Azeitão, Portugal. Gentilmente enviou algumas fotografias do jardim da sua casa para colorir o blog. Muito obrigada!