A editora

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Nasci no Recife, capital de Pernambuco, um dos 26 Estados do Brasil. Sou jornalista diplomada, amante da vida e de tudo que é positivo, verdadeiro e autêntico. Deixei as águas do Capibaribe, o mais famoso rio que banha o Recife. Atravessei o Oceano Atlântico e desaguei no rio Tejo, que acalenta Lisboa. E para aproximar esses dois lugares tão distantes mas com fortes ligações históricas e culturais, dei início a construção desta "ponte" Pernambuco-Portugal.

sábado, 30 de outubro de 2010

Pernambucano vai jogar pelo Benfica

O jovem pernambucano Diego Dias,15 anos, campeão brasileiro de hóquei sobre patins pelo Sport Clube do Recife, agora é atleta do Benfica de Portugal, um dos clubes mais fortes da Europa na modalidade.

Morador da comunidade do Caranguejo, no Recife, Diego vai seguir o caminho do seu conterrâneo, Cacau, que já defende o time português. O atleta embarca para Portugal na próxima semana e o blog deseja muito sucesso para ele.

Leia mais em:

http://www.blogdosport.com.br/index.php/2010/10/29/jogador-de-hoquei-do-sport-vai-jogar-na-europa

Portugal adota hora de inverno

Na madrugada deste domingo (31), os portugueses vão atrasar uma hora no relógio, dando início ao horário de inverno, que fica em vigor até março de 2011.

Com a alteração, a diferença de fuso horário entre Pernambuco e Portugal Continental e Região Autônoma da Madeira cai de quatro para três horas e de três para duas horas, com relação ao Arquipélago dos Açores.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Duas receitas bem portuguesas, com certeza!

Cozido à portuguesa

Para quem não sabe o que preparar para os almoços do feriadão, o blog sugere duas receitas bem portuguesas enviadas pela professora Maria do Céu Carvalho Dias, que encerra assim, e com chave de ouro, a série sobre a alimentação em Portugal.

Agora seguem-se duas receitas: a caldeirada (do litoral) e o cozido de todo o Portugal.

Caldeirada à moda da minha Mãe (ou da Nazaré)

Primeiro veja se tem na despensa sal, alhos, cebolas, azeite, colorau (pimentão doce), piripiri (malaguetas picantes), vinho branco, folhas de louro e batatas.
Em seguida verifique no frigorífico se tem tomates, pimentos e salsa.
Depois saia de casa para ir comprar o peixe: sardinhas, lulas, safio, cação, raia, enguias, se houver, cantaril, ruivo. Há quem compre também amêijoas, para colocar no fundo do tacho, mas a minha Mãe não. A quantidade e a variedade do peixe dependem do número de pessoas e do dinheiro que se tem no bolso.
Entretanto chega a casa, espero que já com o peixe arranjado. Descansa uns minutos. Pega num tacho (o da minha Mãe é de barro) e começa a colocar os ingredientes em camadas: cebolas (às rodelas), alhos, tomates, pimentos, ramo de salsa, o peixe e as batatas (às rodelas) alternadamente. Cuidado com os peixes mais frágeis, como a sardinha que deve ficar em cima. Vai-se temperando, não esquecendo nenhum tempero. Tapa-se o tacho e deixa-se cozer, sem nunca se mexer, só agitando o recipiente de tempos a tempos.
Está pronta? Leve para a mesa no tacho e acompanhe com vinho branco. Bom apetite!

Cozido à portuguesa (ou à minha maneira)

Primeiro as compras: Carne de vaca para cozer; chispe (ou pé), entremeada e orelheira de porco; chouriço de carne; chouriço de sangue (ou morcela de arroz); farinheira. Couve lombarda, couve coração; cenouras; nabos; batatas; arroz. Pão ou massa e hortelã (facultativo) Em certos locais couve portuguesa, galinha, feijão ou grão, mas eu não ponho.
Começo por cozer as carnes com sal e o chouriço e a seguir o resto dos enchidos.
Depois reservo e com a mesma água cozo os legumes e por fim o arroz.
Costumo arranjar duas travessas: uma com as carnes partidas em bocados, tendo no meio o arroz, outra com os legumes. Por vezes faço sopa: com o caldo a ferver, escaldo bocadinhos de pão, ponho raminhos de hortelã por cima, ou cozo massa cotovelo. É então altura de reunir a família, saborear e acompanhar com vinho tinto.
Este assunto deixa as pessoas com água na boca! Mas atenção à saúde! Mesmo os que seguem uma alimentação equilibrada podem usar mais ou menos gordura, mais ou menos legumes, mais ou menos (é o melhor) enchidos, no entanto não deixe de comer.

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Curiosidades alimentares


Por Maria do Céu Carvalho Dias*

- É impossível falar-se de comida sem lembrar o Vinho, bebida já referida na Bíblia e nos escritos greco-romanos. Em Portugal produzia-se e exportava-se desde cedo, acompanhava refeições misturado com água, até nos conventos de freiras. Dele diz Erico Veríssimo (1905-1975): “Se eu aceito um cocktail? Oh, madame, eu aceito tudo, inclusive a vida. Bebamos um brinde à vida!” Eça de Queirós (1845-1900) escreveu:” Ah, que dia! Jantei num gabinete do Hotel Central, solitário e egoísta, com a mesa alastrada de (vinhos) Bordéus, champanhe, Reno, licores de todas as comunidades religiosas – como para matar uma sede de trinta anos! Mas só me fartei de Colares.”

- Diz-se que foi D. Pedro que, sem saber, ao mandar matar Pêro Coelho, um dos assassinos de D. Inês de Castro (1), deu dicas para a maneira de cozinhar o coelho: “Tragam cebola, vinagre e azeite para o Coelho” e a seguir ordenou a sua morte tirando-lhe o coração pelo peito. É irónico!

- A Açorda (de marisco, de camarão, de bacalhau, de sável e outras) ou as Migas à alentejana podem estar relacionadas com o passado medieval, em que não se usavam pratos e se colocava o peixe ou a carne em cima de grossas fatias de pão e depois se dava o pão empapado aos pobres. Daqui até à açorda (pão demolhado com azeite, alhos e outro qualquer produto, como ervas de cheiro) foi um passinho.

- O Arroz chegou à Península Ibérica pela mão dos Árabes, no século VIII. Pensando nele como doce ou acompanhamento, ou até prato principal, o escritor Eça de Queirós louva a comida portuguesa desta maneira: “Em palácio algum por essa Europa superfina, se come na verdade tão deliciosamente como nestas rústicas quintas de Portugal. Na cozinha enfumarada, com duas panelas de barro e quatro achas a arder no chão, estas caseiras (mulheres) … guisam um banquete que faria exultar o velho Júpiter…o deus que mais comeu e mais nobremente soube comer, desde que há deuses nos céus e na terra…”

- O Queijo é uma entrada, ou uma sobremesa nas refeições portuguesas e mundiais. É extraordinário fresco ou curado, de vaca, de ovelha, de cabra ou até misturado. Há várias lendas no mundo greco-romano sobre como o Homem aprendeu a fazer este alimento que faz a delícia e a desgraça de muita gente. Basta lembrar o queijo de ovelha da Serra da Estrela, cuja produção é antiquíssima e se prende com o movimento de transumância praticado no centro da Península Ibérica: migrações de pastores com o seu gado (ovelhas e algumas cabras) aproveitando a primavera e o verão nos pastos da Serra da Estrela e o inverno na bacia do Douro, nas zonas planas da Idanha, (Beira Baixa) e até mesmo nos campos de Ourique (Alentejo).

- Outro prato típico de Portugal é a Carne de Porco à Alentejana, originário do Algarve e antes denominada carne de porco com amêijoas. Só que os clientes dos restaurantes criticavam o sabor da carne de porco, pois era alimentado com peixe saído do mar que banha aquela província (Oceano Atlântico). Imaginem o sabor ensardinhado daquelas carnes…Assim, os donos dos restaurantes viram-se obrigados a comprar o porco alentejano e a anunciar carne de porco alentejano com amêijoas. Com o tempo o nome deste prato foi-se modificando para carne de porco à alentejana, embora no Alentejo haja bom porco alimentado a bolota, mas não amêijoas.

-Então ia esquecer o Bacalhau e as milhentas maneiras de o cozinhar! O bacalhau conhecido dos Vikings no século IX; o bacalhau, fiel amigo e indispensável com couves e batatas à mesa da Consoada em Portugal; o bacalhau da Terra Nova que os Portugueses começaram a pescar no século XVI, embora com interrupções, e que teve, talvez, o seu ponto alto nos anos sessenta do século XX. Hoje só pescam 3% das necessidades e desejos da população portuguesa, sendo o resto importado da Noruega. Era tudo organizado em Portugal: havia o Grémio dos Armadores, onde se inscreviam os pescadores. Os barcos bacalhoeiros transportavam para a Terra Nova ou Gronelândia pequenas embarcações, os dóris, que eram comandados por um único homem cada barquinho. As condições eram horríveis, porque se levantavam pelas quatro da manhã, iam pescar à linha no seu dóri, regressavam horas depois para o navio, onde tinham de escalar e salgar o peixe pescado naquele dia. Dormiam umas quatro horas por noite, mal se lavavam e mudavam de roupa durante meses e meses. Era uma vida dramática, longe da família. Li algures que durante a 2ª Guerra Mundial dois daqueles navios foram afundados com trinta e seis pescadores.

- O Cozido à Portuguesa faz-se por todo o país e em todas as casas e é certamente o prato mais antigo e tradicional, pois só precisa dos elementos naturais água, fogo e terra (os produtos que ela dá). Pode ser com mais ou menos produtos, consoante o nível social e a região do país. Também é interessante referir que é extraordinariamente alimentício e os restos ainda podem dar uma sopa de pão ou de massa e outros pratos.

- A Caldeirada é feita com produtos que o mar dá acompanhados de batatas e por isso come-se na costa marítima portuguesa, pode ser mais ou menos rica e dela ainda se pode fazer também uma deliciosa sopa. Vejamos este retrato feito por Jorge Reis: “Com efeito, cheirava que rescendia! Na malga de barro vidrado nadavam postinhas de peixe num molho espesso alaranjado, de súcia com rodelas de cebola e niquinhos de tomate refogados. E viam-se os olhinhos do azeite a catrapiscarem de gozo!”

(1) Ver neste blogue: “ Agora é tarde, Inês é morta”

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Recife quer conquistar argentinos

Avenida Martins de Barros e rio Capibaribe, no Recife
Fotografia: Carlos Bayma

O Recife marca presença na 15ª FIT – Feira Internacional de Turismo de América Latina, que acontece entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro, em Buenos Aires, na Argentina. A Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife enviará a equipe Recife te Quer para cumprir uma programação especial na cidade portenha. Além de divulgar e promover o Recife, serão feitas visitas às agências de viagens que mais vendem pacotes turísticos para o Recife e que fazem parte do programa de fidelização Recife te Quer.


De acordo com dados da Infraero, em 2009, os argentinos estiveram em primeiro lugar no ranking dos turistas que desembarcaram de voos internacionais no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre. Os portenhos representaram 24,80% dos turistas de todos os países emissores que desembarcaram na cidade.


O Recife ficará alocado no Espaço Pernambuco, no Pavilhão Brasil da feira. Serão entregues revistas Recife te Quer em espanhol, catálogo de fotos trilingue, folders e mapa da cidade. A FIT é considerada uma das maiores feiras do continente americano, que teve, em 2009, mais de 82 mil visitantes.


Fonte: Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife


Para ver outras fotografias de Carlos Bayma, acesse a galeria do autor no site Olhares: http://olhares.aeiou.pt/carlosbayma

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O eterno Rei do Baião

Segundo um levantamento realizado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, foi o autor com o maior rendimento de direitos autorais nas Festas Juninas de 2010.

A pesquisa confirma também que a tradição ainda impera nas festas dos santos Antônio, João e Pedro. As músicas mais tocadas foram os clássicos: “ Festa na roça”, “Pula Fogueira”, “Olha pro Céu”, “O sanfoneiro só tocava isso” e “Quadrilha Brasileira”.

E por falar em Gonzagão, a TV Globo Portugal exibe hoje (27), às 23h, o programa Som Brasil Especial Luiz Gonzaga com a participação das cantoras Marina Elaili e Elba Ramalho e outros artistas.

Com informações do JC Online Núcleo SJCC\Caruaru.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A alimentação e os condicionalismos alimentares em Portugal


Por Maria do Céu Carvalho Dias*

“…Que formosa ciência esta (Gastronomia), que reflecte os dons e belezas dos frutos que a terra, o ar e a água põem nas mãos do homem para que os transforme, com a sua arte, em manjares que hão-de ser alimento e prazer”. José Sarrau

A história da alimentação e da gastronomia, por alguns denominada a nona arte, começa com o Homem, sobre quem o escritor espanhol Camilo José Cela (Prémio Nobel) disse ter unicamente três objectivos: comer, sexo e desejo de poder. Começou por ser caçador e recolector, passando a agricultor, pastor e produtor, progredindo até hoje. Porquê? Porque evolui física e mentalmente e também devido a outros condicionalismos, como diferenças climáticas, situação geográfica, condição social e momento histórico.

Assim, sabemos que o homem primitivo português comia carne que caçava das mais variadas maneiras, e raízes e frutos que recolhia, como podemos observar em pinturas rupestres na Península Ibérica. Também pescava peixe e mariscos, cujos restos se encontram nos Concheiros de Muge, nas margens ribatejanas do rio Tejo. Entretanto o fogo vai permitir cozinhar os alimentos, para além, claro, de servir para fazer queimadas, afugentar os animais, etc.

Quando já havia cereais, o pão começa a ser confeccionado. O pão será o elemento principal da alimentação humana, mesmo quando as dificuldades são muitas, ou quando o nível social é baixo. Por isso o descontentamento sempre existiu, quando a crise chegava, ou chega aos cereais.

A alimentação varia consoante o Homem habita junto do mar, de rios, de montanhas e de planícies. Desta maneira, mesmo Portugal – país pequenino – apresenta diferenças na culinária, como veremos a seguir. É também evidente que a diferenciação social e a vida no campo ou na cidade contribuem para dietas alimentares completamente diferentes.

Mas a História de Portugal também influenciou as comidas e a sua confecção:
Até à Expansão portuguesa a população confeccionava os produtos existentes desde a carne e o peixe até aos ovos, castanhas, cereais e legumes. O tempero podia ser o sal, o alecrim, o manjericão, o azeite e até mel, embora já se importassem as caras especiarias cravo, pimenta, canela que eram só para alguns. Comia frutas variadas, algumas trazidas pelos Árabes no século VIII. Com os Descobrimentos, a partir do século XV, o comércio desenvolveu-se muito, as permutas foram imensas e por isso vamos passar a receber especiarias mais baratas, como a pimenta, a canela, o cravinho, o açafrão, o gengibre e muitos outros produtos como o açúcar, primeiro da Madeira, depois do Brasil, o peru, o milho e a batata que vêm revolucionar a dieta alimentar. Mas atenção, porque o clima vai condicionar estes produtos. Como exemplo direi que o açúcar nunca se desenvolveu em Portugal continental; o milho deu-se melhor no norte, ao contrário do trigo já existente. A batata vai tirar o lugar à castanha que continua a ser muito importante no nordeste português. Um lombinho de porco assado no forno com castanhas é de se comer e chorar por mais! Também há receitas que são mais próprias do litoral, como a caldeirada ou o peixe assado, outras que são mais do interior do país como os pratos de cabrito ou de porco. Não esquecer ainda que só na segunda metade do século XX Portugal teve a expansão da luz eléctrica pelos sítios mais recônditos e por isso há receitas que têm a ver com esse atraso: carapau seco ou enjoado, feijoada, lombo de porco. Enfim, um sem número de pratos. Recordo-me agora do dia da matança do porco praticado em muitas casas portuguesas, por exemplo na dos meus pais, porque era uma boa fonte de alimento, até porque o sal e o unto (gordura do animal) conservavam a carne durante bastante tempo. O animal a morrer era escolhido de véspera e morto pela manhã. Era em seguida desmanchado e as mulheres iam lavar as tripas ao rio, porque segundo a tradição a água devia ser corrente e a lavagem feita sete vezes. Tudo era aproveitado no porco. Até os miolos se comiam de imediato com ovos mexidos. Para festejar o momento, reunia-se a família que almoçava caldo de morcelas (um enchido de sangue e arroz) e carne frita ou lombo de outro porco já morto há mais tempo. Não podia faltar a sobremesa: a da minha Mãe era as deliciosas farófias (claras em castelo com doce de ovos por cima).
O texto já vai longo…e nada se disse de doces! (1)

Seguem-se algumas curiosidades e duas receitas noutro episódio.

(1) Ver neste blogue: Doces Conventuais
Bibliografia – Cozinha Tradicional Portuguesa, Maria de Lourdes Modesto. O Livro de Pantagruel, Bertha Rosa Limpo e outros autores

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Pernambuco em dose dupla

Fotografia: Arnaud Mattoso

Pelo décimo ano consecutivo, Porto de Galinhas foi eleita a melhor praia do Brasil pelos leitores da revista Viagem e Turismo, da Editora Abril. Pernambuco também ficou com o prêmio de melhor pousada do país, conquistado pela Pousada Zé Maria, de Fernando de Noronha.

A cerimônia que anunciou os vencedores do "Prêmio Viagem e Turismo – A Escolha do Leitor" foi realizada quinta-feira (21) passada, no Museu Histórico Nacional, no centro do Rio de Janeiro.

As cores de Lisboa

Fotografia: Patrícia Brederode

Visão parcial da cidade de Lisboa com o seu casario, monumentos e o Tejo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alimentação em Portugal

O blog publica, a partir de amanhã (26), uma série de textos escritos pela professora portuguesa Maria do Céu Carvalho Dias sobre a história da alimentação em Portugal, curiosidades alimentares e, atendendo a pedido, algumas RECEITAS da cozinha portuguesa !!!

Maria do Céu Carvalho Dias é licenciada em História pela Universidade Clássica de Lisboa.

Baile do Menino Deus


O Balé Brasil de Portugal vai apresentar "O Baile de Menino Deus" de 10 a 13 de novembro, no Ponto de Encontro de Cacilhas, às 20h30. Com entrada gratuita, o espetáculo é inspirado em manifestações da cultura popular do nordeste brasileiro. Baseado no musical de Ronaldo Correia de Brito, Assis Lima e Antônio Madureira, a peça é um dos mais populares Autos de Natal do Brasil.

Com sede em Cacilhas, O Balé Brasil de Portugal tem como mentores os pernambucanos Carmen Queiroz e Pedro Pernambuco que são pesquisadores, bailarinos, animadores socioculturais, coreógrafos e professores de Dança Brasílica. O grupo representa, em Portugal, o Balé Popular do Recife, com o método brasílica baseado nos autos e folguedos dos Nordeste do Brasil.

Baile do Menino Deus
De 10 a 13 de novembro
Ponto de Encontro de Cacilhas
Hora: 20h30
Entrada gratuita

http://balebrasildeportugal.blogspot.com

Pedro Pernambuco foi um dos meus professores de dança popular no Centro Cultural Brasílica, no Recife. Por obra do destino, nosso encontro em Portugal aconteceu, em 2007, no Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF), onde ele trabalha. É casado com Carmen com quem tem duas lindas filhas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um outubro diferente

Acabei de ler na internet e achei legal dividir com vocês, meus queridos leitores:
"Um fato curioso neste mês de outubro é que ele tem cinco sextas-feiras, cinco sábados e cinco domingos. Isso só acontece a cada 823 anos em um mês qualquer do calendário".

Interessante, não é? Será um sinal de sorte?

Festival Internacional de dança do Recife

Começa nesta quinta-feira (21) o 15º Festival Internacional de Dança do Recife (FIDR)e segue até o dia 30 de outubro com 91 ações como espetáculos de dança, intervenções artísticas e atividades formativas. Participam do evento 24 companhias e artistas dos Estados Unidos, França, Suíça e Angola, além de grupos e profissionais brasileiros de Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

O festival vai ocupar cinco teatros da cidade: Teatro Santa Isabel, Teatro Apolo, Teatro Hermilo, Teatro Marco Camarotti e Teatro Barreto Jr. Também estão programadas apresentações no Mercado de Afogados, Rua da Alfândega, Rua da Moeda, Mamam, Mercado Eufrásio Barbosa e Hipódromo, além de escolas municipais.

O FIDR é considerado um dos eventos de dança mais importantes do Brasil e este ano traz nomes de destaque como Antonio Nóbrega, Trisha Brown Dance Company, Grupo Grial de Dança, Yann Marussich e o Centre Chorégraphique National Roubaix Nord-Pas de Calais.

Blog do FIDR: http://dancarecife.blogspot.com
Com informações do PE 360graus

A protegida de São Jorge

Fotografia: Patrícia Brederode

Uma visão parcial de Lisboa com o Castelo de São Jorge ao alto.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Arquitetos portugueses vencem concurso internacional

Um trabalho de cinco arquitetos portugueses venceu o concurso internacional "A House in Luanda", integrado na segunda edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa.

Num total de 599 candidatos de vários pontos do mundo, depois limitados a 30, saiu vencedor o projeto coordenado por Pedro Sousa e idealizado também por Tiago Ferreira, Tiago Coelho, Bárbara Silva e Madalena Madureira.

O concurso, realizado em parceria com a Trienal de Arquitetura de Luanda, visou a criação de uma habitação de cem metros quadrados com capacidade para acolher um agregado familiar utilizando meios escassos e com espaço para uma horta e animais.Fonte: Sapo Notícias

Prefeitura do Recife é destaque em congresso no Canadá

Em 2009, a Prefeitura do Recife adotou, como estratégia para enfrentar a crise econômica mundial, a redução no custeio (R$ 54 milhões) e o aumento na receita interna do município para garantir investimentos estruturadores da cidade. Essas e outras estratégias foram reconhecidas internacionalmente em recente Congresso da Associação de Estudos da América Latina, realizado em Toronto, no Canadá. A PCR foi a única no Brasil a ter um trabalho escolhido para participar de painel. O evento reuniu cerca de seis mil pessoas entre acadêmicos das principais universidades americanas e europeias, além de profissionais da gestão pública e de finanças.

O artigo “Finanças públicas municipais e a retomada do crescimento: o caso de três capitais brasileiras” foi escrito pelo secretário de Finanças, Marcelo Barros, em co-autoria com o prefeito João da Costa, e o diretor técnico Antônio Pessoa. Trata-se de um estudo comparativo com outras duas capitais nordestinas: Salvador e Fortaleza. Foi apresentado durante o painel “O impacto da crise de 2008 em regiões periféricas do capitalismo brasileiro: o caso do Nordeste”. Selecionado entre mais de três mil artigos, o texto será publicado nos anais na revista LARR (Latin American Research Review). A próxima edição do evento acontece em 2012 em São Francisco, nos Estados Unidos.

Fonte: Secretaria de Turismo do Recife

Alegria

Fotografia: Carlos Bayma

Casa no Centro Histórico de Olinda, reconhecido pela UNESCO, em 1982, como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

Para ver outras fotografias de Carlos Bayma, acesse a galeria do autor no site Olhares: http://olhares.aeiou.pt/carlosbayma

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Clube Português inaugura espaço das caricaturas

O Clube Português do Recife inaugurou, na última sexta-feira (15), o Espaço das Caricaturas. Assinado pelo ilustrador Acioli, um painel de 10,8m x 1,20m expõe as caricaturas de 46 integrantes do Clube Português, entre presidentes, ex-presidentes, comissão patrimonial e patrocinadores da instituição.

O painel é resultado de um trabalho de cerca de dois meses e envolveu ilustrações digitais caricaturizadas, feitas a partir de fotos dos homenageados. A obra está exposta no Cantinho Português, um espaço dedicado ao lazer dos sócios do clube, e pode ser visitada diariamente.

Clube Português do Recife

Av. Rosa e Silva, 172- Graças - Cep: 52020-220
Fone: 81-3207-5400 / 3231.5400 - Fax: 81-3231.5947

Revista UP da TAP em versão para iPAD

A revista UP – Ouse sonhar mais alto, da TAP, tem uma versão específica para iPAD (a mais recente novidade tecnológica da Apple) desde a edição de agosto. Com a iniciativa, a UP tornou-se a primeira publicação portuguesa a disponibilizar um formato para iPAD.

A UP é o maior veículo de promoção do destino Portugal em todo o mundo. Com edição bilingue, a versão impressa é vista mensalmente por mais de um milhão de leitores e a sua página na internet, em www.upmagazine-tap.com , recebe centenas de visitantes por dia.

O iPAD permite o acesso a múltiplas aplicações e publicações com o máximo de portabilidade. A versão para iPAD da "UP – Ouse sonhar mais alto" é desenhada pela +2designers que também é responsável pela revista impressa.

Com informações da TAP

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Judeus - Singularidades/Curiosidades

Alheiras fritas com batatas e grelos

Por Maria do Céu Carvalho Dias*

Ao pesquisar sobre os Judeus, apercebi-me de que há aspectos interessantes relacionados com normas alimentares e costumes por um lado, e por outro com palavras e expressões na língua portuguesa que manifestam o modo como os judeus foram aceites, ou não, se integraram, ou não, na sociedade de então.

É do conhecimento geral que os Judeus têm várias restrições sobre alimentação impostas pela Bíblia – a Lei de Moisés -, no livro de Levítico, capítulo 11. Certamente foi por isso que os agentes inquisitoriais (denominados Oficiais e Familiares do Santo Ofício), quando revistavam as habitações dos supostos cristãos novos, procuravam o tipo de comida que existia e outros sinais que provassem ou afastassem a hipótese deles continuarem a praticar o judaísmo, embora às escondidas. Vale a pena saber que há um enchido originário do Norte de Portugal (Trás-os-Montes) - a alheira - que é feita com massa de pão com alhos e carnes variadas, como vitela, peru, pato e galinha. Segundo a tradição, a alheira foi inventada pelos Judeus para enganarem os esbirros do Tribunal da Inquisição e ao mesmo tempo cumprirem o preceito de não comerem carne de porco. Como a tradição já não é o que era, hoje também encontramos este produto à venda com carne de porco misturada e até alheiras de bacalhau!

Darei agora alguns exemplos da dieta alimentar judaica estabelecida no cacherut (ou kacherut), palavra que vem do hebraico cacher (ou kosher) e significa apropriado: podem comer todos os alimentos de origem vegetal (frutas e legumes), o peixe desde que tenha escamas e uma barbatana (os crustáceos e os moluscos não), os ovos e os cereais; a carne de mamíferos terrestres que simultaneamente ruminem e tenham casco fendido, abatidos segundo a Lei de Moisés, de modo que o animal sofra o menos possível. Quanto aos insectos há quatro espécies de gafanhotos que não são impuros; a abelha é proibida, mas o mel pode ser comido. Também existem regras relativas a determinados alimentos, como a proibição de misturar carne e leite e quanto ao intervalo entre a comida desses produtos. Para o cumprimento destas normas há fábricas e restaurantes que têm certificado, bem como Companhias de Aviação que já oferecem comida cacher (ou kosher).

A Lei de Moisés também estabelece, entre outros jejuns, um Jejum no mês de Setembro (o dia grande) em que era obrigatório seguir um ritual muitas vezes descrito por testemunhas de acusação em processos da Inquisição: “…Lavavam o corpo todo, cortando as unhas dos pés e das mãos que lançavam no fogo com alguns cabelos e também cortavam das partes pudendas. E depois de se lavarem vestiam camisa nova, que não fosse ainda lavada…” É curioso que na noite anterior ao jejum comiam do bom e do melhor, com toalha, guardanapos e loiça nova.

Há outra singularidade, relacionada com o Culto dos Mortos, também referida em processos da Inquisição: “Mandavam amortalhar seus defuntos com camisa e mortalha de pano de linho novo, cortando-lhe primeiro as unhas e alguns cabelos da cabeça e partes secretas que lançavam no fogo ao sétimo dia. E na boca da pessoa defunta metiam um grão de aljôfar ou ouro…”

No respeitante ao casamento, segundo a tradição de Belmonte, procuram que os noivos sejam ambos judeus para manter os ritos judaicos e também os pais escolhem cedo o futuro cônjuge para poder ser um bom (rico) pretendente. Não aceitam o divórcio e, para evitarem casamentos mistos, afirmavam: “Só as judias são puras, são virgens, têm honra. Não queiras uma cristã velha, pois estas costumam andar com este e com aquele…” (1)

Expressões, quadras e linguagem popular, recolhida por estudiosos, como Leite de Vasconcelos ou Nelson Omegna:
- “Fazer uma judiaria”, uma brincadeira disparatada e sem graça.
- “Esta casa cheira a breu, mora aqui algum judeu”
- “A judeu e a porco, não metas no teu horto”
- “Não se cospe em ninguém, porque só os judeus é que cuspiram no Senhor”
- “Eu bem sei que tens um filho,
Não foi de nenhum judeu:
Foi dum rapaz galante,
De melhor nariz que o teu”
- “Tirar a camisa “ a alguém significa explorá-lo. Talvez tenha a ver com a denúncia feita, se algum judeu não trouxesse o distintivo e o denunciante poder ficar-lhe com a camisa.
- “Enfiar a carapuça”, relaciona-se com a obrigação que os condenados pela Inquisição tinham de trazer um sambenito (hábito/vestuário próprio) e carapuça. Hoje é mostrar aceitar algo que se negava.
- “Passar as mãos pela cabeça” que significa perdoar, ser transigente, chegou até nós devido ao rito judaico da bênção paterna.
-. “Pensar na morte da bezerra”, quer dizer meditar não se sabe em quê. Pode estar relacionado com o recolhimento de um cristão-novo pensando na Tora, livro sagrado. Esta palavra era confundida com toura ou bezerra pelos que não conheciam a doutrina judaica.
Já que antes conhecemos a comunidade judaica de Belmonte, poderei referir que esta e a comunidade católica se mimoseavam entre si com ditos e pragas. Da cristã para a judaica:
- “Sim, desgraçado, que te ponham um morto às costas e só to tirem de cima quando falar!”
- “A rodilha do açougue te acompanhe!”
Da judaica para a cristã:
- “Que te caia uma praga de gafanhotos em cima!”
- “Um Cristo te nasça na alma com uma coroa de espinhos, cada um de metro e meio!”(etc,etc) (1)

Para concluir poderei ainda referir que ao longo dos séculos, enquanto vigorou o Tribunal da Inquisição e nos mais variados locais, sempre houve Judeus que não foram marginalizados, mas, pelo contrário, alcançaram posição de destaque na sociedade da época. Muito fica por dizer deste povo com uma cultura tão cativante.

(1) - David Augusto Canelo, “Os últimos criptojudeus em Portugal”, Belmonte, 2001

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Leia também os três primeiros episódios da série "Judeus em Portugal " publicada pelo blog:
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2010/10/os-judeus-origem.html
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2010/10/os-judeus-em-portugal-e-diaspora.html
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2010/10/comunidades-judaicas-em-portugal.html

Tinha uma pedra no meio do caminho ...

Fotografia: arquivo pessoal

O jornalista e radialista Felipe Salgado em meio às pedras que ornamentam a paisagem de Brejo da Madre de Deus, no agreste pernambucano. Felipe foi meu estagiário na Prefeitura de Igarassu e hoje é um amigo muito querido e seguidor do blog.

O município de Brejo da Madre de Deus, localizado a aproximadamente 190 km do Recife, é famoso pela encenação da Paixão de Cristo que acontece anualmente no Teatro de Nova Jerusalém, no distrito de Fazenda Nova.

Livres!!!

Na quarta-feira, 13, acabou com final feliz o drama dos 33 mineiros presos na mina San José, no Chile. Para eles, a liberdade. Para a equipe de resgate, que em nenhum momento desistiu de salvar os trabalhadores, os parabéns pelo sucesso da operação E para todos nós, uma importante lição: com união, companheirismo, solidariedade e cooperação os homens podem fazer muita coisa positiva. Basta querer.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Na torcida

Faço um “desvio” nesta ponte Do Capibaribe ao Tejo para ir até o Deserto do Atacama torcer pelo sucesso do resgate dos 33 mineiros que estão presos, há 69 dias, em uma mina no Chile. Que Deus ilumine todos que estão envolvidos nesta delicada operação que começa dentro de instantes.

O Governo do Chile disponibilizou um canal online para enviar mensagem para os 33 mineiros.
Para mandar a sua mensagem, basta acessar:
http://www.minmineria.cl/574/w3-article-7070.html

Comunidades judaicas em Portugal

Belmonte, Portugal - Fotografia: Roberto Leite

Por Maria do Céu Carvalho Dias*

No século XIX e XX encontramos comunidades judaicas em muitas terras portuguesas desde as ilhas açorianas (S. Miguel, Terceira e Faial) a Bragança, passando por Porto, Trancoso, Covilhã, Castelo de Vide, Faro, Belmonte e Lisboa.

Analisemos a comunidade lisboeta que é a maior e cujos membros pertencem na sua maioria ao sector dos serviços. Estas famílias judaicas procuraram fortalecer a sua comunidade, enriquecer e desenvolver Lisboa e Portugal. Sendo um povo religioso, a primeira finalidade que têm é encontrar um local de culto, uma sinagoga. Começaram por se reunir em casas particulares, onde conviviam e realizavam as orações, até existirem várias sinagogas em Lisboa; mas foi em 1904 que a comunidade judaica lisboeta inaugurou a primeira sinagoga (Shaaré Tikvá) construída de raiz, desde a criação da Inquisição.

Nomeemos agora algumas famílias judaicas que se foram fixando em Lisboa e que têm importante papel económico, financeiro, político, social e cultural: Amzalak (ainda no século XVIII Moses ter-se-á fixado em Lisboa e José, falecido em 1804, foi o primeiro judeu conhecido enterrado em Lisboa); Abecassis (Max Moses protagoniza o primeiro casamento realizado na sinagoga Shaaré Tikvá de Lisboa, em 1904); Anahory (curiosamente um dos seus membros – Clara - fez o 1º casamento misto (na realidade não o foi) na Lisboa do século XX ao converter-se ao catolicismo e ser obrigada a mudar de nome, sendo então abandonada pela família); Benoliel (Joshua foi um reconhecido jornalista e fotógrafo, sendo mesmo considerado o pai do fotojornalismo português); Levy (Hannah, entre outros familiares, desenvolveu instituições judaicas, sobretudo ligadas à educação e à solidariedade); Ruah (por exemplo Joshua Gabriel que é reconhecido como médico urologista, pintor, fotógrafo); Bensaúde (Alfredo, a convite de ministro republicano, é o fundador duma das escolas superiores mais importantes e conceituadas de Portugal – o Instituto Superior Técnico).

São membros destas famílias que fundam instituições e associações com o objectivo de expandir o judaísmo e a cultura judaica:
- o Centro Israelita de Portugal e a Comunidade israelita de Lisboa.
- uma Escola israelita.
- um albergue, depois Hospital (1916).
- uma Cozinha económica israelita que decai por 1960.
Publicam Boletins da comunidade judaica, o primeiro dos quais em 1912.
A ligação às origens levou-os a fundar em 1977 a Liga de Amizade Israel - Portugal.

Comunidade de Belmonte
Belmonte fica na Beira Baixa a uns cem kilómetros (muito menos em linha recta) da fronteira espanhola e é a terra da família de Pedro Álvares Cabral, o navegador que chegou ao Brasil em 1500.

Mas falemos da comunidade judaica de hoje, umas duzentas pessoas, constituída essencialmente por comerciantes, feirantes e empresários; ainda em 2000 se escreve sobre ela: “Há um muro invisível que separa os judeus e os cristãos que vivem em Belmonte” (1). Recuando no tempo, já em 1199 era referida no Foral e, segundo alguns investigadores, já estava organizada no século XIII; mas na opinião da historiadora M. José Ferro Tavares isso só terá acontecido no fim do século XV (2).

A lei da expulsão de 1496, de que já falámos, poderia ter levado à fuga dos Judeus belmontenses, mas a verdade é que muitos foram apanhados pelas malhas da Inquisição, mesmo tendo optado pelo criptojudaísmo. Este culto secreto e clandestino, memorizado e modificado para “baralhar o outro”, foi mantido pelas mulheres – “as rezadeiras”.

Durante a 1ª República a tolerância religiosa levou a práticas religiosas mais às claras, mas com o Estado Novo de Salazar de novo se instala a clandestinidade: os rituais mantêm-se, mesmo que simultaneamente se pratique o culto católico. É depois do 25 de Abril de 1974 que esta pequena comunidade se organiza publicamente construindo uma sinagoga, um cemitério e um Museu, fazendo vinho e azeite kosher (segundo a tradição judaica) e estabelecendo relações com os Judeus de Israel para oficializar o judaísmo.

Para terminar vos direi que me chegou às mãos o jornal regional “Notícias da Covilhã” (a Covilhã fica a cerca de 25 Km de Belmonte), de 26 de Agosto de 2010, com a notícia de que a comunidade judaica de Belmonte volta a ter rabino (um chileno) para ensinar hebraico, a Torah, a cultura e a história do povo judaico, presidir às cerimónias religiosas e reunir os Judeus que se afastaram do seu povo e religião.

Próximo episódio: Singularidades/Curiosidades
Fontes específicas:
www.cm-belmonte.pt/Judeus/judeus.html
(1) www.urbi.ubi.pt/020813/edicao/132reportagem_judeus_belmonte.html
(2) Maria José Ferro Tavares, “Os Judeus da Beira Interior: a comuna de Trancoso e a entrada da Inquisição”in Sefarad – Revista de Estúdios Hebraicos, Sefardies y de Oriente Proximo, vols 68 (2008, nº2). “ sefarad.revistas.csic.es“.

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Leia também o primeiro e o segundo episódios da série "Judeus em Portugal " publicada pelo blog :
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2010/10/os-judeus-origem.html
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2010/10/os-judeus-em-portugal-e-diaspora.html

Livro 1822 entre os mais vendidos

Ontem (11) li na coluna de João Alberto (Diario de Pernambuco) que o livro "1822", de Laurentino Gomes, foi o segundo mais vendido na Livraria Saraiva (Recife), no mês passado.

Resultado de três anos de pesquisas e composta por 22 capítulos intercalados por ilustrações de fatos e personagens da época, a obra cobre um período de 14 anos, entre 1821, data do retorno da corte portuguesa de D. João VI para Lisboa, e 1834, ano da morte do imperador D. Pedro I. O livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do seu território e se firmar como nação independente em 1822.

Laurentino Gomes é jornalista e escritor e ficou mais conhecido com o livro "1808", que narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Em 2008, a obra recebeu o prêmio de melhor livro de ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem.

O livro 1822 foi lançado em Lisboa no dia 24 de setembro, no auditório do Padrão dos Descobrimentos e é editado em Portugal pela Porto Editora.

Feriado no Brasil

Hoje, 12 de outubro, o Brasil comemora o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país, e o Dia das Crianças.

Aproveito a data para desejar a todos os pimpolhos um dia muito feliz e um futuro repleto de oportunidades. Em especial, deixo aqui um beijo para Lara, minha fofíssima, maravilhosa e serelepe filhota.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Site promove destinos turísticos portugueses

Para quem planeja conhecer os encantos portugueses, o site Descubra Portugal é uma boa fonte de pesquisa para preparar uma viagem no capricho e aproveitar ao máximo a terra de Fernando Pessoa.

Com um conteúdo bem diversificado, a página fornece informações e sugestões sobre os destinos portugueses, novidades, meteorologia e eventos. A busca também pode ser feita por temas: cultura, patrimônio, natureza, ação e aventura, saúde e bem-estar, cidades, praias, golfe, noite, gastronomia, vinhos, alojamento e restaurantes.

Descubra Portugal é um site de promoção turística do país, desenvolvido pelo Turismo de Portugal.
www.descubraportugal.com.pt

Gaibu

Fotografia: Carlos Bayma

Praia de Gaibu, no município do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco.

Para ver outras fotografias de Carlos Bayma, acesse a galeria do autor no site Olhares: http://olhares.aeiou.pt/carlosbayma

Fala Portugal

A TV Record Europa exibe, desde o último dia 4, um telejornal transmitido direto dos seus estúdios em Lisboa. Apresentado por Sofia Matos, o Fala Portugal vai ao ar de segunda a sexta, às 19h30, e conta com correspondentes nos cinco continentes. O novo noticiário apresenta diariamente as principais notícias nacionais e internacionais e informações sobre tempo, economia e esporte.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os Judeus em Portugal e a diáspora

Por Maria do Céu Carvalho Dias

No século V e VI já se tem conhecimento da presença judaica na Península Ibérica (mais tarde Portugal e Espanha). Nos forais dados por D. Afonso Henriques, no século XII, a Lisboa, Palmela, Alcácer e Almada há muitas citações respeitantes aos judeus, cujo número é cada vez maior. Pode-se dizer que “pertenciam” ao rei que os considerava “judei mei”.

Viviam em comunidades chefiadas por um arrabi e em bairros, as judiarias. Estas pegavam com os bairros cristãos, até que D. Pedro mandou entaipar as judiarias. Tinham liberdade de culto dentro dos seus bairros, chegaram a ter um vestuário obrigatório e a paz era mantida à custa de imensos impostos. Assim, como sentiam o corpo e os bens em perigo, dedicavam-se ao comércio, finanças, medicina, astrologia, matemática, artesanato, raramente à agricultura, como se pode verificar, por exemplo, em processos do Tribunal da Inquisição. É que a oposição entre cristãos e judeus vai crescendo, não só por razões religiosas, mas invejas de tipo económico-financeiro e até sentimental. Fazem-se leis anti-humanas, como a proibição de terem criados cristãos, ou de terem “ajuntamento carnal” com cristãs, à semelhança do que o nazismo estabelecerá no século XX entre judeus e alemães.

No século XIV e seguintes, a futura Espanha vai fazendo leis e tomando medidas para exterminar os Judeus ou obrigá-los a converterem-se ao catolicismo. É exemplo gritante, em 1492, a expulsão dos Judeus de Espanha, caso não se convertam à fé cristã, pois serão mortos e os seus bens confiscados. O Portugal de D. João II está atento e abre as portas a este povo, mediante um imposto per capita. Assim os Judeus crescem em número e em algum poder no reino de Portugal.

Todavia em 1496, D. Manuel, por razões político-diplomáticas, decreta a expulsão dos Judeus que não se baptizassem e para evitar a sua fuga (eles fazem muita falta em vários sectores da vida portuguesa) retira-lhes os filhos menores de 14 anos para se baptizarem e serem educados por famílias cristãs. Segundo M. José Pimenta Ferro Tavares dá-se o religiocídio. Surge agora o Cristão-novo: judeu convertido. Cada vez mais terrível é a situação do judeu/cristão-novo, pois o Tribunal da Inquisição é instituído em Portugal em 1536 pelo rei D. João III, até aí defensor do Humanismo renascentista e agora praticante do contra-humanismo.

A fuga (diáspora) dos Judeus vai ser difícil, mas muitos vão para o Norte de África (Marrocos, Fez, Alger, etc), o Império Otomano (Turquia), Goa, cidade portuguesa na Ásia, Itália (Ferrara, Vaticano, etc), Países Baixos “aonde os judeus portugueses acharam melhor estrela …nas cidades mercantis que com humanidade costumavam acolher os estrangeiros” (1). É em Amesterdão que os portugueses fugidos vão ter um papel preponderante, quer religioso, quer cultural e económico relacionado com a indústria de impressão, lapidação de diamantes e outras. Nesta comunidade judaica vão florescer pessoas de alto nível como o filósofo Espinosa (1632-1677).

Deixei para o fim o Brasil, onde Pedro Álvares Cabral chegara em 1500. A colonização começara em 1503 com o judeu Fernão de Noronha que faz um arrendamento de reconhecimento e exploração da costa de Vera Cruz – Brasil. Aquela continua com os primeiros engenhos de açúcar levados por Martim Afonso de Sousa. Não querendo meter a foice em seara alheia direi ainda que os judeus portugueses se espalharam por várias regiões do Brasil. A Pernambuco chegam judeus portugueses e holandeses vindos da Holanda. “Quase todos eles foram assentar seu domicílio em Pernambuco no Arricife e Torres junto a ele e na fortificação nova que os holandeses haviam feito na sua vizinhança (Forte Orange ou de Itamaracá), chamada Cidade Maurícia, de Maurício de Nazão ou Nassau, seu autor”. (1) Estamos no século XVII e alguns destes judeus “brasileiros” foram obrigados a sair devido à expulsão dos holandeses de Pernambuco (2), dirigiram-se para norte – Nova Amesterdão - onde havia a primeira e mais importante comunidade holandesa na América do Norte e que depois de colonizada pelos ingleses é Nova Iorque. Alguns também se fixaram nas Caraíbas – Curaçau, onde desenvolveram a Indústria açucareira.

Foi dramática a vida de muitos Judeus, até que no reinado de D. José I, o Marquês de Pombal estabelece o fim da distinção entre cristãos novos e cristãos velhos (1773) e coloca o tribunal da Inquisição sob a alçada do poder régio, passando a ter novo Regimento, embora só seja extinto em 1821 Dá-se então a liberalização e assimilação. Com o Liberalismo (século XIX) vemos o regresso a Portugal de muitas famílias judaicas espalhadas pelo planeta, embora outras tenham permanecido nas suas terras. A Constituição republicana de 1911 estabelece a liberdade de culto, enquanto no Estado Novo muitos Judeus se sentiram receosos e se espalhou o criptojudaísmo, quer dizer a prática clandestina e sincrética da religião. Com o 25 de Abril de 1974 fica o caminho aberto para a liberdade de culto e para o fim do criptojudaísmo.
É também no século XX que, após a Segunda Guerra Mundial, é fundado o Estado de Israel e que as guerras entre israelitas e árabes palestinianos não têm fim.

Próximo episódio: Algumas comunidades judaicas no Portugal de hoje
(1) Manuscrito de Memória “Da dispersão dos Judeus que saíram de Portugal para diversas partes do mundo”, de A. Ribeiro dos Santos (século XVIII), copiado por Luís Fernando de Carvalho Dias. (2) Praça dos Restauradores neste blogue.

Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Leia aqui o primeiro episódio da série "Judeus em Portugal " publicada pelo blog :
http://docapibaribeaotejo.blogspot.com/2010/10/os-judeus-origem.html

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Reportagem da UOL Viagem sobre lisboa ganha prêmio europeu

Matéria em vídeo, veiculada pelo UOL Viagem, ganhou o prêmio de “Melhor Reportagem na Internet” em concurso de jornalismo promovido pela Comissão Europeia de Turismo. A reportagem premiada, “Lisboa revela aos turistas seu lado jovem e moderno", foi realizada pelos jornalistas Luna Kalil e Marcel Vincenti e ressalta o esforço da capital lusa em mostrar o seu lado mais contemporâneo e “descolado” para os turistas.

A Comissão Europeia de Turismo é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1948. Com sede em Bruxelas, Bélgica, reúne 33 países com o objetivo de promover a Europa e seus destinos turísticos.

Veja a reportagem aqui:
http://viagem.uol.com.br/ultnot/multi/2009/11/11/04023072C0C13366.jhtm?lisboa-revela-aos-turistas-seu-lado-jovem-e-moderno-04023072C0C13366

Com informações da Embaixada de Portugal no Brasil

Férias paradisíacas

Fotografia: arquivo pessoal

A advogada e psicóloga Joseane Duque curtindo um merecido descanso numa paradisíaca pousada, localizada no município de Rio Formoso, Pernambuco. Do outro lado do rio está a Praia dos Carneiros. Joseane nasceu no Recife e é seguidora do blog.

A origem do nome do município de Rio Formoso vem do curso de água que emoldura a região. Os índios tupis se referiam ao importante rio como lobugussu, ou seja, grande rio verde. Por isso o município começou a ser chamado de Rio Formoso.

Cem anos da República Portuguesa

Hoje é feriado em Portugal. O País celebra o centenário da implantação da República Portuguesa. As comemorações para assinalar a data começaram no dia 29 de setembro e terminam nesta terça-feira, 5 de outubro.

A Implantação da República Portuguesa foi o resultado de um golpe de estado organizado pelo Partido Republicano Português que, no dia 5 de outubro de 1910, destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal.

Site Oficial da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República
www.centenariorepublica.pt

Recife discute cinema

O Recife sedia, de hoje até sábado (9), a 14ª reunião da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), que mobiliza cerca de 350 pesquisadores, professores e acadêmicos brasileiros e representantes de Portugal, Argentina e México.

Esta 14ª reunião da Socine é organizada pelo Curso de Cinema da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e entre as atividades do evento estão programadas mesas temáticas, apresentações, seminários e lançamento de livros.
Site : http://www.14socine.com.br
Blog: http://14socine.wordpress.com

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Os Judeus - Origem


Por Maria do Céu Carvalho Dias

A propósito do texto sobre “Portugal, a Segunda Guerra Mundial e a Espionagem”, surgiu a ideia de trocar informações sobre os Judeus, obrigando-me eu própria a investigar sobre o assunto. Vou primeiro lembrar alguns pontos sobre a origem e diáspora dos judeus, em seguida referir aspectos sobre a entrada, a vida dos judeus em Portugal e a sua saída forçada e finalmente sobre a existência, hoje, de algumas comunidades judaicas portuguesas, como a de Belmonte. Se se proporcionar ainda poderemos partilhar algumas curiosidades de culinária, de linguagem popular e expressões usadas influenciadas por este povo.

A palavra portuguesa - Judeu – é yéhuddi em hebraico e chega à língua portuguesa através do latim judaeu e do grego iodaios.

Os Judeus ou Hebreus são da raça semita e começaram por viver na Mesopotâmia (hoje Iraque e Kuwait), mas como povos nómadas, foram passando desde há 4000 anos à Síria, Palestina e Egipto até ao momento em que Moisés os foi levando a caminho do deserto, lhes deu o Decálogo e instituiu o monoteísmo. Já chefiados por Josué chegaram à Terra Prometida (Palestina) pelo Século XIII a.C. Avançando uns séculos para não cair no risco de ser muito maçadora, vos recordarei que, quando Cristo nasceu, Herodes governava a Judeia, a Samaria, a Galileia (a Palestina) sobre o controlo romano. O imperador romano Augusto e seus sucessores vão transformar a Palestina em província romana. Em 70 d.C. o Templo de Jerusalém é destruído e o país também desaparece. Lembram-se do Antigo Testamento, ou até de algum filme histórico que tenham visto?

Dando mais um passo de gigante no tempo, vamos ver nascer o Islão (século VI d.C.) e perceber que os Judeus, embora perseguidos, o são menos agora do que nos reinados dos últimos imperadores romanos que fizeram da religião cristâ, religião oficial do estado.
Os Judeus vão-se espalhando pelo mundo então conhecido.

Próximo episódio – Os Judeus em Portugal e a diáspora
Bibliografia Geral - Dicionário de História de Portugal; Dicionário de História Universal; Dicionário do judaísmo português.

Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

Alô,estou sim ...

Fotografia: Carlos Bayma

Telefone público na praia de Porto de Galinhas, localizada no município de Ipojuca, litoral sul de Pernambuco.

Para ver outras fotografias de Carlos Bayma, acesse a galeria do autor no site Olhares: http://olhares.aeiou.pt/carlosbayma

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Exposição Mundial de Filatelia Portugal 2010

Lisboa é pela primeira vez a cidade anfitriã de uma exposição filatélica mundial. De sexta-feira, 1º, a 10 de outubro, a FIL recebe mais de um milhão de selos, incluindo o mais antigo do mundo e o primeiro selo português.

Entre os muitos exemplares em exposição, destacam-se a coleção da rainha de Inglaterra, que inclui o famoso “Penny Black”, o primeiro selo do mundo, e a do príncipe do Mônaco, consideradas duas das mais importantes coleções mundiais de filatelia.

A Exposição Mundial de Filatelia Portugal 2010 é organizada pelos Correios de Portugal e a Federação Portuguesa de Filatelia (FPF) e reúne representantes de 77 países, entre delegações de federações de filatelia, administrações postais e comerciantes filatélicos.

Na Portugal 2010 há uma seção competitiva que vai avaliar 600 coleções internacionais, uma área de exposição subordinada aos CTT nos Cem Anos do Regime Republicano, que integra reproduções de estações de Correios do último século, um programa pedagógico dirigido a crianças e escolas, além de conferências e concertos.

Quem visitar a exposição vai poder levar para casa selos com a sua própria imagem e um passaporte filatélico com selos e carimbos de todo o mundo, durante a visita aos vários expositores.

Serviço:
Exposição Mundial de Filatelia - Portugal 2010
Local: Feira Internacional de Lisboa (Parque das Nações)
De 1º a 10 de outubro
Horário: das 10h às 19h
Entrada gratuita
Site da exposição: www.portugal2010.pt

Leslie Bethell na vaga de Saramago

A Academia Brasileira de Letras elegeu ontem, quinta-feira (30), o brasilianista historiador inglês Leslie Bethell como Sócio Correspondente na vaga do escritor português e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, falecido em junho deste ano. Bethell será o oitavo ocupante da Cadeira nº 16, que foi de José Bonifácio de Andrade e Silva, o primeiro nome a ocupá-la e seu Patrono.

Fonte: Blog Social 1