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Nasci no Recife, capital de Pernambuco, um dos 26 Estados do Brasil. Sou jornalista diplomada, amante da vida e de tudo que é positivo, verdadeiro e autêntico. Deixei as águas do Capibaribe, o mais famoso rio que banha o Recife. Atravessei o Oceano Atlântico e desaguei no rio Tejo, que acalenta Lisboa. E para aproximar esses dois lugares tão distantes mas com fortes ligações históricas e culturais, dei início a construção desta "ponte" Pernambuco-Portugal.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Meio século sem Carlos Pena Filho

Hoje faz 50 anos que morreu Carlos Pena Filho, considerado um dos mais importantes poetas pernambucanos do século XX. Carlos Souto Pena Filho nasceu no Recife no dia 17 de maio de 1929. Seus pais, Laurinda e Carlos Souto Pena, eram portugueses. Fez seu curso primário em Portugal e o secundário no Colégio Nóbrega, na capital de Pernambuco. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife.

Parceiro de Capiba, renomado músico pernambucano, foi autor de letras de músicas de sucesso como “A Mesma Rosa Amarela” interpretada pela cantora Maysa Matarazzo, musa da Bossa Nova. Escreveu os livros "O Tempo da Busca", "Memórias do Boi Serapião", "A Vertigem Lúcida" e "Livro Geral". Faleceu no dia 1º de julho de 1960, vítima de um acidente de automóvel no Recife, com 31 anos de idade.

Em sua homenagem deixo aqui o seu poema "O Chope" que tentei memorizar diversas vezes e nunca consegui. Eu passava todos os dias em frente ao Bar Sarvoy (citado no poema) para pegar o ônibus na Avenida Guararapes. Andava até o ponto de parada repetindo os versos. Quando chegava em casa já não lembrava nem a metade. E olha que eu não entrava no bar para beber.

O Chope - Carlos Pena Filho

Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antônio,
tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim,
nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chope,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.

Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.

Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.

Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chope,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados

2 comentários:

  1. Eu não sabia que fazia tanto tempo que ele faleceu. Conheço parte do seu trabalho e pude conhecer mais quando estreitei os laços com a Sra. Tânia Carneiro Leão, viúva do poeta e estimada amiga. Parabéns pela homenagem e escolha do texto.

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  2. Obrigada!Ela mora no Recife? Gosto muito do poema O Chop.

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