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Nasci no Recife, capital de Pernambuco, um dos 26 Estados do Brasil. Sou jornalista diplomada, amante da vida e de tudo que é positivo, verdadeiro e autêntico. Deixei as águas do Capibaribe, o mais famoso rio que banha o Recife. Atravessei o Oceano Atlântico e desaguei no rio Tejo, que acalenta Lisboa. E para aproximar esses dois lugares tão distantes mas com fortes ligações históricas e culturais, dei início a construção desta "ponte" Pernambuco-Portugal.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Duas receitas bem portuguesas, com certeza!

Cozido à portuguesa

Para quem não sabe o que preparar para os almoços do feriadão, o blog sugere duas receitas bem portuguesas enviadas pela professora Maria do Céu Carvalho Dias, que encerra assim, e com chave de ouro, a série sobre a alimentação em Portugal.

Agora seguem-se duas receitas: a caldeirada (do litoral) e o cozido de todo o Portugal.

Caldeirada à moda da minha Mãe (ou da Nazaré)

Primeiro veja se tem na despensa sal, alhos, cebolas, azeite, colorau (pimentão doce), piripiri (malaguetas picantes), vinho branco, folhas de louro e batatas.
Em seguida verifique no frigorífico se tem tomates, pimentos e salsa.
Depois saia de casa para ir comprar o peixe: sardinhas, lulas, safio, cação, raia, enguias, se houver, cantaril, ruivo. Há quem compre também amêijoas, para colocar no fundo do tacho, mas a minha Mãe não. A quantidade e a variedade do peixe dependem do número de pessoas e do dinheiro que se tem no bolso.
Entretanto chega a casa, espero que já com o peixe arranjado. Descansa uns minutos. Pega num tacho (o da minha Mãe é de barro) e começa a colocar os ingredientes em camadas: cebolas (às rodelas), alhos, tomates, pimentos, ramo de salsa, o peixe e as batatas (às rodelas) alternadamente. Cuidado com os peixes mais frágeis, como a sardinha que deve ficar em cima. Vai-se temperando, não esquecendo nenhum tempero. Tapa-se o tacho e deixa-se cozer, sem nunca se mexer, só agitando o recipiente de tempos a tempos.
Está pronta? Leve para a mesa no tacho e acompanhe com vinho branco. Bom apetite!

Cozido à portuguesa (ou à minha maneira)

Primeiro as compras: Carne de vaca para cozer; chispe (ou pé), entremeada e orelheira de porco; chouriço de carne; chouriço de sangue (ou morcela de arroz); farinheira. Couve lombarda, couve coração; cenouras; nabos; batatas; arroz. Pão ou massa e hortelã (facultativo) Em certos locais couve portuguesa, galinha, feijão ou grão, mas eu não ponho.
Começo por cozer as carnes com sal e o chouriço e a seguir o resto dos enchidos.
Depois reservo e com a mesma água cozo os legumes e por fim o arroz.
Costumo arranjar duas travessas: uma com as carnes partidas em bocados, tendo no meio o arroz, outra com os legumes. Por vezes faço sopa: com o caldo a ferver, escaldo bocadinhos de pão, ponho raminhos de hortelã por cima, ou cozo massa cotovelo. É então altura de reunir a família, saborear e acompanhar com vinho tinto.
Este assunto deixa as pessoas com água na boca! Mas atenção à saúde! Mesmo os que seguem uma alimentação equilibrada podem usar mais ou menos gordura, mais ou menos legumes, mais ou menos (é o melhor) enchidos, no entanto não deixe de comer.

*Maria do Céu Carvalho Dias é formada em História pela Universidade Clássica de Lisboa

5 comentários:

  1. Vou comprar os ingredientes e pedir para a "patroa" fazer o cozido no domingo.

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  2. Professora Céu
    Adorei os artigos sobre a alimentação em Portugal. Tentarei fazer o cozido português com os ingredientes que encontrar.
    Ana Freitas

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  3. Professora Céu
    Agradeço as explicações e também por dividir conosco receitas da sua família.
    Amanda Vaz

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  4. Estou a viver no Brasil onde não encontro alguns ingredientes, como morcela, para fazer o nosso cozido português. Como portuguesa, sinto orgulho em acompanhar as "aulas", como os brasileiros carinhosamente chamam aqui no blog, da professora Céu Dias.
    Inês Pereira

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  5. Professora Céu
    Acompanhei todos os artigos da série sobre alimentação em Portugal e gostei muito.
    Parabéns!

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