QUI NEM JILÓ
Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
Se a gente lembra só por lembrá
Do amô qui a gente um dia perdeu
Saudade inté qui assim é bom
Pro cabra se convencer
Qui é feliz se saber pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém qui se deseja rever
Saudade entonce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Eu vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltá
pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
e amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
qui me viu triste a chorá
Saudade o meu remédio é cantá.
FONTE: LIMA, José Mário Austragésilo da Silva. A Oralidade e a Imagética em Luiz Gonzaga: Uma análise do conteúdo da obra musical do rei do baião / Ensino Superior Bureau Jurídico - Recife, 2006.
Foi difícil escolher uma música de Luiz Gonzaga para postar aqui. Cresci ouvindo minha mãe cantar e escutar os sucessos do Rei do Baião. Lembro-me de um programa radiofônico que todos os dias, na Hora do Angelus, colocava no ar "Ave Maria Sertaneja" na voz de Gonzagão. Eu ficava tão impressionada quando ele começar a cantar: Quando batem as seis horas/ De joelhos sobre o chão/ O sertanejo reza a sua oração/ Ave Maria Mãe de Deus Jesus /Nos dê força e coragem /Pra carregar a nossa cruz. Parecia que eu via na minha frente um homem magro, o rosto queimado pelo sol e com um olhar triste por causa da seca. A música falava de uma realidade que me comovia.
Finalmente, escolhi para publicar "Qui Nem Jiló" porque fala de saudade, sentimento inseparável de todo imigrante (como eu) e porque José Mário Austragésilo, a fonte citada, era o diretor da TV Jornal do Commercio quando eu trabalhava lá. Um grande mestre, um defensor fervoroso da cultura nordestina.
Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
Se a gente lembra só por lembrá
Do amô qui a gente um dia perdeu
Saudade inté qui assim é bom
Pro cabra se convencer
Qui é feliz se saber pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém qui se deseja rever
Saudade entonce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Eu vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltá
pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
e amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
qui me viu triste a chorá
Saudade o meu remédio é cantá.
FONTE: LIMA, José Mário Austragésilo da Silva. A Oralidade e a Imagética em Luiz Gonzaga: Uma análise do conteúdo da obra musical do rei do baião / Ensino Superior Bureau Jurídico - Recife, 2006.
Foi difícil escolher uma música de Luiz Gonzaga para postar aqui. Cresci ouvindo minha mãe cantar e escutar os sucessos do Rei do Baião. Lembro-me de um programa radiofônico que todos os dias, na Hora do Angelus, colocava no ar "Ave Maria Sertaneja" na voz de Gonzagão. Eu ficava tão impressionada quando ele começar a cantar: Quando batem as seis horas/ De joelhos sobre o chão/ O sertanejo reza a sua oração/ Ave Maria Mãe de Deus Jesus /Nos dê força e coragem /Pra carregar a nossa cruz. Parecia que eu via na minha frente um homem magro, o rosto queimado pelo sol e com um olhar triste por causa da seca. A música falava de uma realidade que me comovia.
Finalmente, escolhi para publicar "Qui Nem Jiló" porque fala de saudade, sentimento inseparável de todo imigrante (como eu) e porque José Mário Austragésilo, a fonte citada, era o diretor da TV Jornal do Commercio quando eu trabalhava lá. Um grande mestre, um defensor fervoroso da cultura nordestina.
Achei ótimo vc postar a letra da música da forma como as pessoas, que não tiveram chance de estudar, cantavam.
ResponderExcluirLá em casa também se ouvia um programa com a Ave Maria Sertaneja. Gostei de ver a música com o português oral do povo. "Entonce" tudo de bom.
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